Em depoimento oficial à PF, Marcos do Val entrega Bolsonaro e diz que ele não se opôs à trama golpista

Bolsonaro se manteve em silêncio e, em nenhum momento, “negou o plano ou mostrou contrariedade”, disse o senador

www.brasil247.com - Marcos do Val e Jair Bolsonaro
Marcos do Val e Jair Bolsonaro (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | Alan Santos/PR)
 

Sputnik – O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse em depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (2) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não manifestou contrariedade quando o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) o apresentou o plano para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Conforme informou o jornal Estado de S. Paulo, na reunião em que foi apresentado o plano de gravar Moraes estavam presentes apenas o senador, o deputado e o então presidente. A reunião aconteceu em 9 de dezembro e o convite teria partido de Bolsonaro por intermédio de Silveira. O encontro ocorreu em um imóvel ligado ao ex-presidente.

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Do Val relatou à PF que Silveira disse que o senador foi convocado por que cumpriria uma “missão importantíssima” que “entraria para a história”: a de gravar uma conversa com Moraes e conduzir o diálogo para algo que pudesse alimentar a tese dos bolsonaristas de que o magistrado não teria cumprido devidamente com as funções como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.

“Teria um carro com os equipamentos para fazer a captação do áudio e gravação”, disse.

Com isso, a intenção seria a de anular o pleito que sagrou eleito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador disse que Bolsonaro se manteve em silêncio e, em nenhum momento, “negou o plano ou mostrou contrariedade”. “A sensação era que o ex-presidente não sabia do assunto e que Daniel Silveira buscava obter o consentimento”, afirmou.

Inicialmente, em entrevista à Revista Veja, Do Val havia dito que partiu de Bolsonaro uma coação para gravar Moraes. Mais tarde, mudou a versão e responsabilizou Silveira.

O parlamentar disse que o único momento em que o ex-presidente se manifestou foi no momento de encerrar a reunião, após Do Val dizer que precisaria de uns dias para dar uma resposta. O senador conta ainda que relatou o caso ao ministro Alexandre de Moraes.

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