‘Espero que a escola não fuja da sua responsabilidade’, diz filha de jornalista atingida por carro alegórico

Wilson Mendes
 

Parentes das três vítimas que permanecem internadas após o acidente com carro alegórico da Paraíso do Tuiuti estão no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro, aguardando notícias da recuperação das vítimas. O acidente deixou 20 pessoas feridas. Cinco das oito vítimas internadas foram liberadas na manhã desta segunda-feira.

Entre as três mulheres que permanecem hospitalizadas está a técnica de enfermagem Maria de Lurdes de Moura, de 58 anos. Ela desfilava com uma camisa da diretoria da escola junto com cinco pessoas de sua família quando foi atingida pela alegoria e quebrou as duas pernas e um braço.

— Minha sogra está estável. A única coisa que sabemos é que ela quebrou as duas pernas e um braço. Estávamos todos desfilando mas não vimos nada. Só depois que soubemos. Todo mundo se conhece, então outras pessoas ligaram avisando. Ainda não recebemos contato de ninguém da escola, até porque não estamos atendendo telefone. Mas não veio ninguém aqui ainda. Maria deve ser levada para uma UTI — afirmou o militar Davi Ferreira, de 40 anos, genro de Maria.

Além de Maria de Lurdes, permanecem hospitalizadas Lúcia Melo, de 56 anos, e a jornalista Elizabeth Ferreira Jofre, de 45 anos, que sofreram fraturas nas pernas. A Secretaria municipal de Saúde informou que as três vítimas estão em quadro pós- operatório e que seu estado de saúde permanece delicado e inspira cuidados.

— Até agora ninguém da escola, da Liesa (Liga das Escolas de Samba), ou da RioTur apareceu para saber como estão as vítimas. Minha mãe quebrou o fêmur e abriu a bacia com esse acidente. Assim que chegou foi para a mesa de cirurgia e a operação só acabou às 6h. Ela é dona, junto com meu pai, da Rádio Ação FM, e estava trabalhando cobrindo o desfile. Espero que a escola não fuja da sua responsabilidade. Minha mãe vai precisar de fisioterapia e outros cuidados — disse a esteticista Rafaela Anastacia Ferreira do Nascimento, de 31 anos, filha de Elizabeth.

Escola lamentou acidente

Em nota, a agremiação lamentou “profundamente” o ocorrido durante o seu desfile. A diretoria da escola manifestou o seu pesar e se prontificou a prestar esclarecimentos assim que as causas fossem apuradas. A escola de samba ainda prometeu “toda a assistência” às vítimas do “irreparável episódio”. A Liesa, liga que organiza o desfile do Grupo Especial, também lamentou “profundamente” o acidente e informou se solidarizar com as vítimas — todas, segundo a entidade, prontamente socorridas por equipes da Secretaria Municipal de Saúde.

Manobra errada

A Paraíso do Tuiuti foi a primeira escola do Grupo Especial a desfilar neste domingo. O acidente teria sido causado por uma manobra errada na saída do último carro da escola, que bateu na grade lateral do Sambódromo e atingiu os foliões.

 

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