Famílias mantêm tradição no dia de São Cosme e Damião
Seja para pegar ou distribuir doces, costumes são passados de geração em geração
Por Rachel Siston*
Uma família devota de São Cosme e São Damião inovou na maneira de pegar doces e há cinco anos anuncia pelas ruas da Zona Norte do Rio que quer ganhar as guloseimas. A analista de faturamento Paloma Moules, de 32 anos, conta que depois de ver uma amiga fazer um cartaz para a filha com a frase “aceito doces”, decidiu que também faria para o filho e os sobrinhos.
“O cartaz é uma parte divertida do dia deles e chama muita atenção pela rua, as pessoas riem, brincam com eles, interagem. É o dia mais divertido do ano, o meu filho passou a semana contando os dias que faltavam”, conta Paloma.
Enzo Moules, de 9 anos, e sua prima, Clara Moules, 10, fazem sua propaganda da Tijuca até o Andaraí, onde fica a casa de familiares e a Paróquia de São Cosme e São Damião. Paloma diz que faz questão de manter a tradição do dia com o filho.
“As tradições vão se perdendo ao longo do tempo, então, eu acho importante manter isso vivo, eu incentivo muito para que ele se mantenha crente nisso, de que é importante a devoção, ir à igreja e brincar o dia de Cosme e Damião”, explica a analista.
Na família da aposentada Rosane Cardoso Borda, de 52 anos, a prática de distribuir doces começou com a bisavó. Há 24 anos ela assumiu a missão e oferece pelo menos 100 saquinhos perto da Paróquia dos santos, como agradecimento pela vida.
“Hoje em dia, infelizmente, nem todo mundo ajuda o próximo. Dar os doces é uma maneira de agradecer por poder ajudar, por estar viva e por poder ver a alegria das crianças com aqueles doces”, relata Rosane, que além das guloseimais, também doa roupas de bebês, devido à uma promessa que fez pela saúde do filho.