Fávaro critica Campos Neto: ‘Brasil não pode ser refém de uma pessoa que não tem compromisso com o desenvolvimento econômico’
“Uma das metas do BC é trabalhar o controle da inflação. Isso está indo muito bem. Qual o sentido de ter a Selic de 13,75%?”, questionou o ministro da Agricultura
Durante cerimônia de lançamento do Plano Safra 2023/2024 nesta terça-feira (27), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), pediu licença ao presidente Lula (PT) para falar como senador – cargo que exercia antes de se tornar ministro.
Ele fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um dos responsáveis por manter a taxa básica de juros do país em 13,75% ao ano. “Temos que convocar o presidente do Banco Central. Temos que saber dele qual é a responsabilidade dele com o Brasil. Uma das metas do Banco Central é trabalhar o controle da inflação. Isso está indo muito bem. A política econômica está indo muito bem, dando sinais cada vez mais fortes que o controle da inflação é permanente. Qual o sentido de ter taxa de juros básica, a Selic, de 13,75%? O que ele pensa dos empregos? O que ele pensa do desenvolvimento desse país? Quem aprovou o nome dele foi o Senado e, ao aprová-lo, foi nessas bases e nesse compromisso. E nós temos que cobrar o posicionamento dele”.
Fávaro ainda afirmou que pretende ir ao Senado debater com Campos Neto o patamar da Selic. “Se o senhor [presidente Lula] me permite, quando ele estiver no Senado para este debate, me licencio mais um dia, porque quero estar lá também para fazer esse debate. O Brasil não pode ficar refém de uma pessoa que não tenha compromisso com a geração de emprego, com o desenvolvimento econômico”.
Na sequência, o ministro reafirmou que o governo federal “tem compromisso com o controle da inflação”: “todos nós temos, essa equipe econômica, esse governo tem esse compromisso. Esse plano Safra, que é recorde e tem muito dinheiro a mais, foi muito suor da equipe econômica, porque o plano Safra do ano passado tinha taxa básica de juros de 12,75%, e agora foi construído com juros de 13,75%. Equalizar isso é um esforço impressionante. Aumentamos muito o recurso e conseguimos abaixar até um pouco a taxa de juros. Não podemos continuar dessa forma”.