Gilmar não vê impedimento na escolha de Zanin para o STF e diz que prisão de Lula tem relação com indicações do passado

O decano da corte também criticou a proposta de mandatos para os ministros do Supremo

www.brasil247.com - Gilmar Mendes
Gilmar Mendes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, disse que não há problema algum na eventual indicação do advogado Cristiano Zanin Martins para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. “Não vejo impedimento algum. Todos nós, com raríssimas exceções, não fomos buscados em casa. Estávamos em algum lugar e tínhamos conexões com a vida política. Isso está dentro de um certo contexto político e ideológico. O fundamental é que saiba Direito e que seja honesto”, disse ele, em entrevista ao Globo.

Gilmar também afirmou que a prisão de Lula tem relação com indicações que ele fez no passado ao STF. “O presidente já fez indicações no passado. Certamente ele vai levar em conta todas as suas experiências. Nesse contexto, inclusive, os quase 600 dias de prisão que ele passou tem a ver também com decisões do Supremo. Certamente, tudo isso vai estar presente nesse processo decisório”, afirmou.

Lula foi preso em 2017, quando o STF suspendeu, por seis votos a cinco, a presunção de inocência prevista na Constituição brasileira. Gilmar foi um dos ministros que, embora não tenha sido indicado por Lula, votou contra a ilegalidade, que tinha como finalidade retirá-lo do processo eleitoral de 2018.

Na mesma entrevista, Gilmar condenou a proposta de mandatos fixos para ministros do STF. “Eu sou contra porque imagino que isso, embora não seja a intenção do presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco, acaba sendo um Cavalo de Troia para discutir outras questões como, por exemplo, a forma de divisão da indicação do presidente com Câmara e Senado. Eu não acho que valha a pena reproduzir o modelo das indicações para o Tribunal de Contas da União (TCU). E acho curioso também, do ponto de vista de momento, que se escolha logo o STF como alvo da primeira reforma. Já falei isso para o próprio Pacheco. Na verdade, eu acho até que seria bom que tivéssemos nomes como o de Rodrigo Pacheco no Supremo”, afirmou.

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