Gilmar não vê impedimento na escolha de Zanin para o STF e diz que prisão de Lula tem relação com indicações do passado
O decano da corte também criticou a proposta de mandatos para os ministros do Supremo
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, disse que não há problema algum na eventual indicação do advogado Cristiano Zanin Martins para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. “Não vejo impedimento algum. Todos nós, com raríssimas exceções, não fomos buscados em casa. Estávamos em algum lugar e tínhamos conexões com a vida política. Isso está dentro de um certo contexto político e ideológico. O fundamental é que saiba Direito e que seja honesto”, disse ele, em entrevista ao Globo.
Gilmar também afirmou que a prisão de Lula tem relação com indicações que ele fez no passado ao STF. “O presidente já fez indicações no passado. Certamente ele vai levar em conta todas as suas experiências. Nesse contexto, inclusive, os quase 600 dias de prisão que ele passou tem a ver também com decisões do Supremo. Certamente, tudo isso vai estar presente nesse processo decisório”, afirmou.
Lula foi preso em 2017, quando o STF suspendeu, por seis votos a cinco, a presunção de inocência prevista na Constituição brasileira. Gilmar foi um dos ministros que, embora não tenha sido indicado por Lula, votou contra a ilegalidade, que tinha como finalidade retirá-lo do processo eleitoral de 2018.