Grupo armamentista faz eventos pelo país

O grupo também realiza lobby em Brasília, mas se diz “traído” por Bosonaro. Instituto defende a comercialização de armas de fogo sem barreiras impostas pelo Estado e tem canal no YouTube para falar de armas e políticas.

Produtos personalizados do grupo armamentista Instituto DEFESA Foto: Instituto DEFESA
Época – Por Victor Calcagno

Ser uma espécie de National Rifle Association (ou NRA, na sigla em inglês), maior grupo armamentista dos Estados Unidos com forte lobby na política pró-armas e que clama ter mais de 5 milhões de membros, talvez seja o sonho dos cerca de 2 mil integrantes parceiros do brasileiro Instituto DEFESA. A organização, com representantes em todo o país, defende desde 2011 a comercialização de armas de fogo sem barreiras impostas pelo Estado, tem interlocução com alguns parlamentares em Brasília, organiza eventos de introdução e conscientização sobre defesa pessoal e se diz desiludida – e até “traída” – com o resultado prático das políticas do governo atual sobre armamento.

Fundado pelo atual presidente Lucas Silveira no Paraná como resposta à campanha do desarmamento praticada pelo governo federal, a organização tem, segundo ele, 200 mil inscritos no site, de forma gratuita. Menos de 1% deles é membro premium, e pagam mensalidades de R$ 15.

A carteirinha dá direito a descontos em lojas de armamento e clubes de tiro associados, além de cursos táticos em instituições parceiras (a organização não possui oficialmente estandes de tiro ou comercializa armamentos, por se reservar ao ativismo). O dinheiro vai para a confecção de faixas, panfletos, materiais de divulgação e eventuais viagens a Brasília para sessões de interesse no Congresso, além de eventos que pretendem criam a tão sonhada “cultura de armas” que esperavam ver defendida com mais ímpeto pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nessas ocasiões, tanto aficionados por pólvora quanto novatos no manejo de pistolas se reúnem com curiosidade para ouvir palestras e ter contato com esse tipo de armamento, como no caso do “Estande Rosa”, reunião dedicada às mulheres que aconteceu em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em agosto.

Mesmo com chuva, ventania, céu escuro e algumas das temperaturas mais baixas em todo o ano no Rio, um grupo de 40 pessoas composto por jovens, casais, adolescentes, idosos e famílias com bebê se reuniu às 9h de um domingo para ouvir mensagens sobre proteção, autoestima e integridade. Com instrutores de pistola na cintura, conversas sobre “fazer um desenho na minha Glock” e vestimentas táticas, de roupas camufladas a botas bordadas com fuzis AR-15, o evento era o sexto organizado na cidade pelo Instituto DEFESA e o primeiro dedicado às mulheres.

Confira a íntegra da reportagem aquiGrupo armamentista faz eventos pelo país e lobby em Brasília ..

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