Homens, negros e imigrantes: Relatório do Ministério da Justiça traça perfil das vítimas de tráfico humano

Por Redação

Foto: Wellyngton Souza / Sesp-MT

O Relatório Nacional sobre Tráfico de pessoas, divulgado pelo ministério da Justiça e Segurança Pública nesta sexta-feira (4), traçou um perfil das vítimas deste que é um dos crimes mais complexos ao redor do mundo. As informações são referentes ao ano de 2024.

Conforme a Radio Agência EBC, o ministério recolheu informações de diversos órgãos, como o ministério das Relações Exteriores, da Saúde, a Defensoria da União e a Polícia Federal. Os dados não estão unificados e foram tratados isoladamente, para não haver duplicação.

Foi constatada a predominância de vítimas homens, para o trabalho escravo, seguido das mulheres, para exploração sexual. Os registros apontam ainda que a internet, atualmente, é a principal forma de aliciamento das vítimas e foi utilizado em mais da metade dos casos, especialmente em crimes relacionados à exploração sexual.

Os inquéritos policiais reforçam a maior incidência do tráfico humano, dentro do Brasil, para fins de trabalho escravo nos setores da construção civil, agricultura, fazendas, indústria têxtil e trabalho doméstico. Sobre o perfil das vítimas, os dados do Ministério da Saúde sugerem que pretos e pardos somam mais da metade delas.

Em termos gerais, o grupo com maior vulnerabilidade são os migrantes sul-americanos, especialmente paraguaios e bolivianos. Entretanto, 163 trabalhadores chineses também foram resgatados na maior operação do ano passado.

Fora do Brasil, o tráfico de pessoas tem alimentado plataformas digitais de apostas em países asiáticos, destino de mais da metade das vítimas no exterior, especialmente as Filipinas, mas também acabam em países como a Nigéria.

Já a exploração sexual de mulheres, cis e trans, no continente europeu permanece constante, com destaque para Itália e Bélgica, mesmo com as investigações tendo aumentado significativamente em 2024. As informações são da Rádio Agência EBC.

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