Hospital Regional de Juazeiro trata pacientes com COVID “igual a época dos leprosos”, desabafa paciente

Da Redação

A reportagem do AP recebeu denúncia de uma paciente de dentro do Hospital Regional de Juazeiro, através de telefonema, sobre o tratamento que está sendo oferecido.


Segundo ela, o tratamento é desumano para quem está com covid-19: Dentro de enfermaria sem poder usar ventilador neste calor; a alimentação oferecida é de péssima qualidade e quando a pessoa sai da UTI para uma das enfermarias passa por humilhações tendo de suportar deboche e falta de respeito de um profissional – que ganha um gordo salário todos os meses – mas não aparece para atender os pacientes.
O Depoimento da paciente:
“Testei positivo para convid-19 desde semana passada. Fui bem atendida na UPA, mas com a evolução da doença fui transferida para o Hospital Regional, juntamente com minha mãe, que tem 88 anos de idade. O quadro de minha mãe evoluiu devido à idade e por ser cardíaca, mas passa bem”, informou Socorro Campelo.

A janta oferecida é macaxeira com ovo, café e pão dormido

“[…] tive alta da UTI no domingo à noite, sendo transferida para a enfermaria onde a pessoa faz os últimos tratamentos para depois ser liberada…
Mas, acontece que as coisas aqui no hospital são diferentes, isso porque não apareceu aqui até hoje [sexta a noite] um assistente social; o hospital não dispõe de psicólogo… No quarto onde estou internada o tratamento é desumano, a pessoa sendo obrigada a beber água quente, o quarto é abafado… O corpo de enfermagem trabalha dentro de suas possibilidade e limitações […]. Uma irmã também testou positivo, mas foi liberada na UPA e já se encontra em casa. Agora é necessário que o poder público tome uma iniciativa o mais rápido possível”, alertou Socorro.
“Sou funcionária do Detran há 40 anos, contrai a doença dentro da repartição. A saúde em Juazeiro é zero, e com a chegada das eleições, ninguém se preocupa com o que está acontecendo […] Gostaria de saber quem é este assistente social do hospital de Juazeiro, pois esta pessoa não aparece, a minha irmã manteve contato com ele por telefone e foi destratada pelo telefone. Ele ainda disse para ela: Se você quiser venha na segunda-feira pessoalmente fazer a denúncia. Agora gostaria de saber quem colocou esse profissional aqui para trabalhar, pois para se comportar assim deve estar respaldado por alguém”, desabafou.
“Não devemos favor à político, ele é que nos deve e devemos denunciar esse tipo de descaso, porque somos nós que sustentamos eles […] Estou com cinco dias que sai da UTI e agora estou em um leito de um quarto e minha mãe em outro. O tratamento aqui é desumano, o acompanhante tem que pegar o alimento na porta e sai jogando igual a época dos leprosos (…) Eu tenho fé em Deus que vou sair daqui […] Juazeiro é uma cidade abafada nesta época com 40% graus e estou em um quarto que não pode usar ventilador, a alimentação é péssima, a minha mãe não se alimentou hoje. Pedimos um copo de mingau meio dia, e já são 17 horas e até agora nada. Para a pessoa sair daqui com vida é preciso ter muita perseverança, caso contrário morre”, desabafou.
Com a palavra a direção do hospital.

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