O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sutilmente, iniciou o processo de implosão da aliança entre o apresentador Luciano Huck e o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), com vistas à eleição de 2022.
A divulgação de uma foto de Dino e Lula juntos, neste sábado (18), foi interpretado como gesto do ex-presidente para tocar a alma do aliado comunista e sinalizar à frente política: ‘o Flávio Dino é do PT e o boi não lambe’.
“Orgulho em contar com o apoio e solidariedade de um homem do Direito que, de quebra, teve a coragem de abandonar a toga pra fazer política”, disse o petista ao massagear o ego do governador Maranhense e, ao mesmo tempo, demarcar com o ex-juiz Sérgio Moro.
Flávio Dino era juiz federal e passou em primeiro lugar no mesmo concurso que Moro também passou. Diferente do então magistrado da Lava Jato, o governador do Maranhão abandonou a toga para entrar na política.
O ministro da Justiça fez diferente. Ele fez campanha para o presidente Jair Bolsonaro e, o que é pior, prendeu Lula para garantir a vitória de seu atual chefe. Como paga, o ex-juiz ganhou o cargo de ministro.
Antes do afago a Dino, Lula abriu fogo contra a aliança Huck-Ambev-Globo. “O Luciano Huck não representa a esquerda, nem centro-esquerda. Ele representa a central Globo de Televisão”, disparou na semana passado o ex-presidente.
“Luciano Huck está sendo discutido pelo dono da Ambev, que é o novo formador de quadros políticos do Brasil”, disse Lula.
O ex-presidente Lula deixou de citar o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato, que também tem ministrado cursos de formação política para o grupo político de Luciano Huck.