Lula já tem um plano para “acabar” com o GSI e seus militares golpistas

Sob o governo Bolsonaro, órgão de Inteligência tornou-se um foco explícito de insurgentes e sublevados que queriam pôr fim à democracia

Créditos: Ricardo Stuckert

Depois de todo o pandemônio ocorrido em Brasília desde dezembro do ano passado, que começou com os ataques à sede da Polícia Federal (PF) e a ônibus e carros queimados em vias públicas, assim como a bomba-relógio instalada num caminhão-tanque que ia para o aeroporto da capital federal, chegando até a tresloucada e insana invasão dos prédios dos três poderes, no dia 8 deste mês, momento em que ficou evidente a participação de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na organização desses crimes, um mundo de desconfiança e suspeitas recaiu sobre o órgão de Inteligência instalado no Palácio do Planalto.

Para sanar definitivamente esse foco de golpismo explícito, uma vez que apenas a mudança de seus integrantes parece não ter resolvido a “contaminação bolsonarista”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já teria uma estratégia, informa o jornal O Estado de S. Paulo.

O setor que cuida da segurança pessoal do chefe de Estado, de seu vice, do transporte e dos palácios que servem à Presidência da República já tinha sido retirado do GSI, passando para as mãos da PF, uma vez que, mesmo antes de tomar posse, Lula já tinha noção do nível de golpismo dos militares que compõe o departamento que, à época de Jair Bolsonaro, era chefiado pelo general Augusto Heleno, um dos mais subservientes, ferozes e reacionários bolsonaristas do antigo governo.

Agora, um novo setor será desmembrado e retirado das mãos do GSI: a Inteligência, a cargo da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que deve ficar subordinada diretamente ao gabinete da Presidência da República, debaixo do nariz de Lula. A maior parte do contingente da Abin é de militares e todos no Planalto sabem que o órgão também está contaminado e em grande parte a serviço do bolsonarismo.

A iniciativa de retirar a Abin do GSI já foi comunicada pelo presidente ao general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, que é atualmente o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. A medida foi a única possível para “acabar” com o GSI, que na prática segue existindo, mas sem as suas duas principais funções, nomeadamente a segurança presidencial e coordenação dos serviços de Inteligência. Se finalmente levada a cabo, a ideia deve tornar o órgão apenas uma burocracia de Estado sem muitas atribuições, o que anularia muito a possibilidade de novos focos de golpismo.

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