Mais armas, policiais e presídios resolveram o problema?, questiona Lossio

Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

Por Julio Lossio, ex-prefeito de Petrolina pelo MDB e candidato a governador de Pernambuco pela Rede em 2018

Os últimos números indicadores sociais do IBGE mostram um cenário assustador para o presente e para o futuro.

Atualmente, cerca de 12,5 % da população de 0 a 14 anos vivem na extrema pobreza (dispõe de menos de R$ 140 por mês) e cerca de 43,4% da população entre 0 e 14 anos vivem na pobreza (dispõe de menos de 406 reais por mês). Ou seja, mais da metade de nossa população entre 0 e 14 anos vive em condições muito precárias.

Então, o que esperar dessa geração?

Não precisa pensar muito para responder essa pergunta, basta observar os índices de criminalidade de nosso país.

Um preso custa cerca de R$ 3,5 mil por mês. Esse gasto é oito vezes maior do que o definido pelo Banco Mundial para linha de pobreza. Sendo assim, poderíamos dizer que no Brasil um indivíduo que nasceu e cresceu na miséria ou na pobreza, ao ser preso, “sairá” da condição de miserável ou pobre.

Isso é fruto de uma gestão pública esquizofrênica, que não prioriza os gastos nas primeiras fases da vida e que relega a segundo plano oferecer igualdade de oportunidades aos filhos da nação.

Quando prefeito tive oportunidade de desenvolver o Programa Nova Semente de educação infantil para crianças entre 0 e 6 anos. Escola em tempo integral, cinco refeições por dia, apoio pedagógico com preparação para alfabetização na idade certa. Uma média de R$ 500 de investimento por mês para nossas crianças.

Se todas as nossas crianças pudessem ter acesso a programas como o Nova Semente, estariam fora das estatísticas da pobreza ou extrema pobreza. Não teriam que esperar chegar na idade adulta para só aí, ao “ganhar” uma vaga no presídio, deixar de fazer parte da estatística de pobres e miseráveis.

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