Máscaras com rosto e nome de prefeito causam polêmica em Itaju do Colônia

[Máscaras com rosto e nome de prefeito causam polêmica em Itaju do Colônia]

As máscaras que deveriam proteger as pessoas do coronavírus acabaram se tornando uma espécie de ‘pedra pontuda’ no caminho do prefeito de Itaju do Colônia, Djalma Orrico Duarte (PSDB).

O assunto na cidade do sul baiano é que o gestor não quer o próprio nome apenas na memória das pessoas. “Quer é na cara toda”, disse um morador. Isso porque equipamentos de proteção com o rosto e o nome do prefeito estampados seriam distribuídos na cidade, o que configuraria eleitoral antecipada. Djalma é candidato à reeleição.

A cidade tem 25 casos de coronavírus, segundo a secretaria municipal de Saúde. No entanto, de acordo com o morador, o número é maior: 29. “Como temos quatro curados, eles reduzem a quantidade”, alerta. Apesar da máscara servir como uma medida de combate à pandemia, este mesmo morador ressalta que o equipamento viraria objeto de campanha eleitoral. “O prefeito só pensa em reeleição. Ele não está preocupado com a covid-19”, acusou.

Os relatos dão conta de que ao menos 300 máscaras estariam sendo confeccionadas, ao custo de R$ 4 cada uma – total de R$ 1,2 mil. “Não acredito que o material seria pago com dinheiro público, mas a distribuição seria feita pelos ‘orelha seca’ que apoiam o prefeito. Estava tudo ajeitado já, mas saiu uma reportagem na região e eles tiveram que voltar atrás. Agora, tentam jogar a responsabilidade para uma pessoa só. O tempo da chibata está voltando em Itaju”, descreveu.

A pacata cidade com pouco mais de sete mil habitantes vive em pé de guerra político. O vice-prefeito Valério Aguiar (PR) rompeu com Djalma e anunciou pré-candidatura ao comando municipal. A reportagem tentou contato com Aguiar para obter mais informações sobre o caso das máscaras que, supostamente, encobrem uma pré-campanha, mas não teve retorno até a publicação.

Em entrevista ao BNews, nesta sexta-feira (3), o prefeito Djalma classificou o assunto como “fake news” e disse ser vítima de um “jogo pesado da oposição”. O gestor atribuiu a confecção das máscaras à iniciativa de uma apoiadora. “Ela viu que uma pessoa em Floresta Azul (cidade vizinha) faz máscaras e pediu para produzir 11 acessórios com meu nome e rosto para distribuir entre a família. Hoje cedo conversamos, ela chorou e disse que não achava que a oposição faria isso”, contou o político.

Segundo ele, as máscaras foram recolhidas. “Ela assinou documento e tudo. Disse que, se for o caso, vai para as redes sociais afirmar que eu não tenho nada a ver com isso. Não houve qualquer orientação da prefeitura e nem da secretaria de saúde nesse sentido. O material foi todo recolhido”, garantiu.

Que isso sirva de alerta para uns prefeitos malandros na região que mandaram confeccionar máscaras com seu nome fazendo campanha política usando a pandemia do coronavírus gastando o dinheiro público.

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