Uma mulher, identificada como Juliana Araújo, viveu verdadeiros momentos de agonia e tensão na manhã desta quarta-feira (14), após seu pai precisar ser atendido com urgência devido a um quadro de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O caso aconteceu na Rua Nossa Senhora do Resgate, no bairro do Cabula, em Salvador. 

No entanto, a pior parte para ela, foi a forma como o seu pai foi atendido durante o tratamento. Em conversa com o BNews, Juliana Araújo contou que estava trabalhando quando tudo aconteceu. De acordo com ela, sua mãe ligou logo cedo pela manhã, pedindo para que tentasse contato com o pai, pois ele não havia atendido as ligações e nem aparecido no trabalho.

Ao chegar na residência do pai, identificado como Alberico Silveira, de 58 anos, por volta das 11 horas, Juliana se deparou com o homem desacordado no box do banheiro, além de completamente defecado. Ela contou que, no mesmo momento, decidiu ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para que ele pudesse ser atendido.

Segundo ela, esse atendimento só veio aparecer quase 40 minutos depois da solicitação, com apenas um motorista e uma técnica de enfermagem. Além disso, ela revelou que, tempos depois, uma outra equipe médica apareceu e, durante a retirada do seu pai da casa, um dos profissionais do Samu teria deixado o paciente cair, fazendo com que ele sofresse uma forte pancada na cabeça ao se chocar no chão.

Eu sei que uma queda, uma batida no chão, pode ter agravado o quadro dele”, lamentou Juliana Araújo”.

Ainda em contato com a reportagem, a filha informou que seu pai se encontra entubado no Hospital Roberto Santos e seu quadro é gravíssimo. O BNews entrou em contato com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) que informou que “houve um deslizamento inesperado entre a pele do paciente e a luva do profissional, resultando em um impacto na região do ombro e da parte posterior da cabeça (occipital). O incidente foi pontual, com estimativa de altura inferior a 10 cm e sem indícios de trauma significativo”.

A secretária reforça que o Samu foi chamado justamente por uma queda anterior sofrida pelo paciente em sua residência. “Portanto, não é possível afirmar que o suposto Acidente Vascular Cerebral (AVC) tenha qualquer relação com o incidente ocorrido durante o atendimento da equipe de urgência, que seguiu os devidos protocolos assistenciais”. A pasta informou que um processo administrativo será instaurado para apurar o caso.

Leia a nota na íntegra:

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado na manhã da última quarta-feira (14/5) para prestar socorro a um paciente vítima de queda da própria altura, ocorrida no banheiro de sua residência, localizada na Rua Nossa Senhora do Resgate.

Uma ambulância de suporte avançado foi enviada ao local, e a equipe seguiu todos os protocolos previstos para atendimento pré-hospitalar. Durante o processo de colocação do paciente na maca, houve um deslizamento inesperado entre a pele do paciente e a luva do profissional, resultando em um impacto na região do ombro e da parte posterior da cabeça (occipital). O incidente foi pontual, com estimativa de altura inferior a 10 cm e sem indícios de trauma significativo.

Após o ocorrido, o paciente foi imediatamente reavaliado, estabilizado e conduzido com segurança ao Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), onde recebeu atendimento especializado da equipe de neurologia.

É importante esclarecer que o motivo do chamado ao Samu foi justamente uma queda anterior sofrida pelo paciente em sua residência. Portanto, não é possível afirmar que o suposto Acidente Vascular Cerebral (AVC) tenha qualquer relação com o incidente ocorrido durante o atendimento da equipe de urgência, que seguiu os devidos protocolos assistenciais.

A Secretaria reforça que o Samu realiza um trabalho técnico, sensível e altamente qualificado, com foco absoluto na preservação da vida. Diariamente, centenas de profissionais socorrem pessoas em situações de extrema urgência com compromisso, empatia e preparo. Ocorrências como essa são excepcionais e não refletem a conduta padrão do profissional e demais equipes que atuam de forma responsável e comprometida com a segurança dos pacientes.

Por determinação da gestão, será instaurado um processo administrativo para apuração rigorosa dos fatos, como parte do compromisso da SMS com a transparência, a ética e a melhoria contínua dos serviços prestados.