O apelido de Kirbo

Nascido nas sombras. Vivi em silêncio. Sobrevivi no fogo do Oeste.
No vento estéril do Território do Novo México, longe da argila vermelha do seu local de nascimento na Geórgia, uma jovem chamada Cordelia “Cordie” Bell Curbow – apelidada de Kirbo – esculpiu uma vida de desespero e coragem.
Ela nasceu em 1884, assim como o Sul estava a reelar da guerra e da ruína. Aos 17 anos, ela já tinha vivido a pobreza, deslocamento e fome. Então ela fez o que milhares de mulheres jovens e esquecidas fizeram: ela partiu. Sozinho. Indo para oeste sem nada além do nome e vontade de sobreviver.
Mas o Ocidente não era uma terra de sonhos – não para mulheres.
Era pó e perigo, e para uma garota sem dinheiro, sem família e sem educação… as opções eram brutalmente poucas.
Cordie tornou-se uma prostituta, não por desejo, mas por necessidade.
Era a única vida disponível para ela – uma vida que tirou mais do que deu, mas que ela possuía nos seus próprios termos. Ela enfrentou violência, doenças, julgamento e isolamento tão profundo que poderia engolir uma alma inteira.
Mas ela aguentou.
Não com fanfarra. Não com glória. Mas com o tipo de força silenciosa que só mulheres como ela poderiam entender. Nenhum registro comemora-a. Nenhuma foto sobrevive. Mas a sua história – como a de tantas mulheres na fronteira americana – é tecida no solo, nos bares, no silêncio entre tiros.
Ela não entrou na lenda.
Ela sobreviveu nas suas sombras.

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