Opinião: João Lyra implantou gestão na saúde

Opinião

Diante de tudo que aconteceu na operação da Polícia Federal na investigação de contratos suspeitos entre Organizações Sociais e a Secretaria estadual de Saúde, na última terça-feira, se a governadora Raquel Lyra (PSDB) quiser mudar o modelo de gestão vigente nos hospitais e Upas terá um turbilhão de dificuldades, com um choque familiar.

Foi o pai dela, o ex-governador João Lyra Neto, quando secretário de Saúde no Governo Eduardo Campos, adotou o modelo, alicerçado na relação administrativa entre as OS e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, o conceituado Imip. Serve até hoje na manutenção de hospitais e Upas. A família Lyra, aliás, teve expressiva presença no Governo Eduardo Campos e no PSB, entre 2007 e 2010.

Raquel foi chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo do governo socialista, função que tem a obrigação de zelar pelos interesses estaduais, inclusive impedindo contratos que tragam danos ao Estado, como aconteceu com a Saúde. Já em 2011, assumiu a Secretaria Estadual da Criança e da Juventude.

Como secretário de Saúde, entre 2008 e 2010, João Lyra deu a canetada na mudança do modelo de gestão dos hospitais. Isso se deu juntamente com a chegada das primeiras Unidades de Pronto Atendimento – as Upas. De lá para cá, não houve mudança, é o mesmo modelo de gestão, portanto, que está sob suspeita e investigado, com fortes indícios de desvios de recursos públicos, conforme atestou a PF.

Talvez sejam esses os motivos pelos quais a governadora e a vice-governadora Priscila Krause demoraram tanto para se pronunciar sobre a operação da Federal. Já tem gente perguntando se esse governo é mesmo de mudança ou uma continuidade moderna. Lembrando, que a exemplo de Lula, Raquel aumentou o número de secretarias e de cargos comissionados. E, diga-se de passagem, fechou os olhos aos aumentos dos salários dos secretários, do seu e da vice.

Por: Magno Martins

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