Oscar Barreto diz que é peixe pequeno no PT e bate até em Armando Monteiro

Presidente municipal da legenda petista acusa Humberto, João Paulo e Dilson Peixoto de possuírem os cargos remanescentes do PT no governo de Eduardo. As farpas sobram até para o candidato de ambos à sucessão estadual

Aline Moura

 

Segundo petista, nas eleições internas do PT, seus argumentos foram fortes e capazes de derrotar dois deputados federais e dois senadores (Cecilia de Sá Pereira/DP/D.A Pre)
Segundo petista, nas eleições internas do PT, seus argumentos foram fortes e capazes de derrotar dois deputados federais e dois senadores

O presidente municipal do PT, Oscar Barreto, disse nesta quinta-feira (30), não saber de qualquer informação sobre a exoneração em massa de cargos intermediários do PT que ainda estavam lotados nas secretarias de Cultura e de Direitos Humanos do governo Eduardo Campos (PSB). Segundo ele, todos esses cargos de segundo e terceiro escalão foram indicados pelo senador Humberto Costa e pelo deputado federal João Paulo, que, de acordo com ele, tanto questionam a permanência dele como secretário executivo de Agricultura.

Indagado se tinha pedido exoneração do cargo, como cobrou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Oscar reagiu duramente. As farpas sobraram até para o senador Armando Monteiro Neto, que é pré-candidato ao governo do estado pelo PTB e já recebeu o apoio do ex-presidente Lula e de Dilma. Um sinal de que Armando, durante a eleição estadual, pode ter trabalho com o grupo do PT que ainda está no governo Eduardo e na gestão de Geraldo Julio.

Oscar voltou a insinuar que seus adversários internos do PT é que mantinham os cargos, repetindo declarações que, no ano passado, lhe renderam um processo no Conselho de Ética do PT, algo, aliás, que nunca teve desfecho.

O senhor está sabendo de exonerações de cargos petistas nas secretárias de Cultura e de Direitos Humanos?
Eu não estou nesse nível de informação. Eu sou apenas um ex-secretário adjunto de Agricultura. Quem deve saber disso é João Paulo, Humberto Costa, Dilson Peixoto… Foram eles que indicaram todos os cargos durante esses oito anos.

Mas o senhor não continua indo trabalhar? O senhor permanece, então, como secretário executivo?
Até o governador me exonerar, eu não vou receber dinheiro em casa. Até eu receber minha exoneração, vou trabalhar pelo povo de Pernambuco.

Mas João Paulo não saiu do governo rompido com Eduardo, e um dos argumentos era de que não conseguia indicar cargos? Como é que os cargos são dele?
Fernando Duarte (ex-secretário de Cultura) mesmo, era um nome de João Paulo, foi secretário de João Paulo antes de ser secretário de Cultura… Depois, ele ficou com João da Costa e traiu João da Costa… E se João Paulo saiu porque não conseguia indicar cargos, isso não é nada republicano!

O senhor não se sente desconfortável de estar no governo do PSB, cujo governador todos os dias bate no governo da presidente Dilma Rousseff?
É melhor você perguntar aos eleitores do PT que me elegeram como presidente do partido. Eu tive 65% dos votos, fui eleito pelos militantes petistas. Se as pessoas tivessem contra a minha opinião, tinham me derrotado nas eleições internas do PT. Eu fui eleito numa disputa democrática  e derrotei dois deputados federais (João Paulo e Pedro Eugênio) e dois senadores da República (Humberto e Armando Monteiro). Derrotei até parte da imprensa que fica fazendo essas pressões…

Fazendo pressões ou expondo as contradições?
Pode perguntar a Humberto, a seu Dilson Peixoto e a João Paulo de quem são os cargos. O cara do PT no governo não sou eu. Eu fui convidado apenas pelos meus próprios méritos.

Fonte: Diário de Pernambuco

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