PGR denuncia mulher que pichou “Perdeu, mané” em estátua do STF durante ato golpista do 8/1
Flagrada por fotógrafos, Débora Rodrigues dos Santos foi presa em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria
Débora foi presa pela Polícia Federal (PF) em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os envolvidos no ataque golpista do 8/1. Além dela, outros 31 suspeitos foram presos na ocasião. Até o momento, a operação já totaliza 28 fases, sendo a última realizada em junho.
A denúncia, apresentada no dia 2 deste mês, encontra-se sob sigilo. Débora é mencionada em um relatório divulgado no aniversário de um ano da invasão, no qual consta que sua prisão preventiva foi renovada em junho de 2023.
O documento, assinado pelo gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, aponta os crimes supostamente cometidos por Débora, incluindo associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
A defesa de Débora alega que “todos os prazos foram extrapolados sem qualquer justificativa plausível” e que a prisão da cliente, que já dura mais de 480 dias, “ultrapassa o princípio da razoabilidade”. O advogado também argumenta que a transferência de Débora para o presídio de Tremembé (SP), a 229 quilômetros de distância de Paulínia (SP), onde reside, “fere de morte a proteção integral da criança”, visto que Débora tem dois filhos menores.
No último dia 12, circulou nas redes sociais de parlamentares e influenciadores bolsonaristas um vídeo em que as duas crianças pedem ajuda para que a mãe saia da prisão. O ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) compartilharam o vídeo em suas redes. A parlamentar afirmou que a anistia aos presos, bandeira defendida por Jair Bolsonaro (PL), “precisa ser aprovada” neste ano.
Em junho, o ministro Alexandre de Moraes sinalizou que o Judiciário terá a palavra final sobre a proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.