Por dentro dos podres da carne

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, realiza visita técnica e vistoria em frigorífico

Vinicius Torres Freire – Folha de S.Paulo

HÁ POUCA CARNE podre no despacho do juiz que autorizou a Operação Carne Fraca. Não está lá a história da linguiça de papelão. Sim, há carne ruim, em frigorífico menor. Tem até lote podre de ervilhas na história.

Mas fica evidente que a fiscalização da comida no Paraná, em Goiás e em Minas Gerais, pelo menos, é um osso mole de roer, com subornos baratos. Um executivo de pelo menos um grande frigorífico organizava a mutreta.

Para que subornar fiscais, de superintendentes do ministério ao “zé mané”, se o objetivo não é passar comida ruim adiante? Também para isso, para que se faça vista grossa, supõe-se. Mas há pouca evidência direta de carne podre.

Há casos de tentativas de afastar fiscal decente. Há compra de normas, autorizações e “agilização” de processos.

Em suma, gente nomeada por políticos administra rede de fiscais com poder destrutivo para envenenar pessoas e causar prejuízos econômicos nacionais. Mas o caso lembra corrupções municipais, como o de fiscais de obras.

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