Presidente do Ibama diz que resistirá à pressão para autorizar exploração de petróleo no Amazonas
Segundo Rodrigo Agostinho, os estudos apresentados pela Petrobras apresentam “pontos problemáticos” e “questões mal resolvidas”
Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), declarou ontem que é altamente improvável que o órgão ceda à pressão política para conceder a licença ambiental para a perfuração de poços de petróleo e gás da Petrobras no litoral Norte do país, na região da Margem Equatorial.
Em uma entrevista à CNN Brasil, Agostinho enfatizou que os estudos apresentados pela Petrobras apresentam “pontos problemáticos” e “questões mal resolvidas” relacionadas aos impactos da exploração na biodiversidade da foz do rio Amazonas e nas áreas sedimentares. Além disso, ele ressaltou a dificuldade da Petrobras em garantir uma resposta imediata em casos de acidentes envolvendo vazamentos de petróleo.
Agostinho destacou que a área em que está prevista a perfuração do poço está próxima de um parque nacional, comunidades indígenas e uma região com grande atividade pesqueira. Enquanto a plataforma de perfuração está localizada a 130 quilômetros da costa norte do Amapá, a base operacional da Petrobras fica a 800 quilômetros de distância, em Belém (PA). “É altamente improvável que haja uma mudança de posição apenas por pressão política”, disse ele.