Professor negro e gay é morto a facadas em Salvador. Suspeita é de homofobia

“O Brasil está no ranking dos países que mais matam LGBTs no mundo. Uma realidade que causa muita preocupação e urgentemente precisa ser transformada”, disse em nota a secretaria

Por Julinho Bittencourt
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Carlos Alexsandro Silva França, de 48 anos, professor da rede estadual de ensino público, foi assassinado na madrugada da quinta-feira (21) em sua residência, no bairro dos Barris, em Salvador.

A Polícia Militar informou que uma equipe foi acionada por conta de uma briga entre dois homens. No local, os policiais encontraram Carlos com ferimentos causados por golpe de faca, e o autor do crime com uma peixeira em mãos.

O suspeito ainda tentou reagir, mas foi contido pelos policiais com um tiro no ombro. Os dois foram conduzidos ao hospital. Após alta, o acusado foi levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde terminou preso em flagrante.

Carlos França não resistiu aos ferimentos e foi sepultado na manhã desta sexta-feira (22), no município de Amélia Rodrigues, sua cidade natal, de acordo com informações do Correio, da Bahia.

A Secretaria da Educação do Estado (SEC) e a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) lamentaram a morte do professor, apontando para a possibilidade do crime ter sido cometido por LGBTfobia.

“O Brasil está no ranking dos países que mais matam LGBTs no mundo. Uma realidade que causa muita preocupação e urgentemente precisa ser transformada. É preciso respeitar a diversidade, respeitar as pessoas e a vida. A SJDHDS repudia veementemente essa violência brutal e reafirma o seu compromisso em defesa de todas as pessoas da comunidade LGBTQIA+”, diz a nota da secretaria.

Outro crime

Foi encontrado pela família no dia 30 de dezembro, no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, em Salvador (BA), o corpo do designer gráfico Wendel Moura, de 35 anos, que estava desaparecido desde segunda-feira.

Wendel havia saído para pedalar e não retornou para casa. Seu corpo tinha marcas de tiro. Dois suspeitos foram detidos nas imediações por porte ilegal de armas.

Para o Grupo Gay da Bahia (GGB), Wendell foi vítima de crime de homofobia. O local onde o corpo foi encontrado é conhecido por encontros casuais para sexo entre homens – “pegação”.  “Uma coisa é certa, a vítima era homossexual. O local onde ele foi achado, o horário, tudo leva a um crime que foi por homofobia. Mesmo que a vítima não tenha praticado sexo, mas tem bandidos que sabem a situação daquela área e vão lá para arrochar as pessoas, roubar”, disse Marcelo Cerqueira do GGB

Com informações do Correio

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