O presidente do PL, Valdemar Costa Neto anunciou na última sexta-feira (17), durante evento da legenda em Niterói, no Rio de Janeiro, os planos para o futuro do partido, que contará com a presença do clã Bolsonaro. Os papeis de Jair, Flávio e Michelle Bolsonaro parecem já ter sido definidos
Por um lado o futuro político do ex-presidente ainda depende das ações às quais responde no Tribunal Superior Eleitoral que podem torná-lo inelegível por 8 anos. Em caso de derrota, Jair Bolsonaro deverá atuar como uma espécie de cabo eleitoral para a legenda. Caso consiga reverter os prognósticos e manter seus direitos políticos intactos, pode encabeçar futuras chapas do partido.
No evento em Niterói, Costa Neto elogiou a gestão de Jair Bolsonaro diante do Palácio do Planalto. Afirmou que o aliado “deixou o Brasil numa situação maravilhosa” e só foi interrompido por conta de um “tropeço”; as eleições de outubro.
Em seguida, como forma de remediar o dito “tropeço”, o presidente do PL anunciou o futuro de Flávio Bolsonaro no partido. “A primeira recuperação nossa será com o Flávio. Nós vamos trabalhar para ele ser prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Tem tudo para isso”, afirmou em discurso transmitido pelas redes sociais do partido.
O anúncio é tratado como uma vitória pelo clã que ainda se debate em meio a derrotas políticas escândalos, buscando sobrevivência na política brasileira. Quem sai perdendo é o general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente de Bolsonaro e outrora favorito de Valdemar para concorrer à Prefeitura do Rio em 2024.
De acordo com o portal Metrópoles, foi o próprio Jair Bolsonaro quem intercedeu nas articulações do PL fluminense a favor do filho mais velho. Braga Netto deverá ser escalado para atuar nos bastidores das campanhas.
Além da indecisão sobre Jair e da decisão sobre Flávio, outra que já tem um papel definido no partido é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela será a presidente do PL Mulher, em contexto no qual Valdemar aposta na decolagem de sua carreira política no curto e médio prazo.
Michelle está nos EUA onde passou o aniversário com o ex-presidente. A viagem da ex-primeira-dama, que duraria em torno de 15 dias e pegou a cúpula do PL de surpresa, levanta suspeitas de que o casal tenha se encontrado para alinhar a versão do clã sobre o recente escândalo das joias.
Não há data prevista para a volta de Michelle, mas o partido espera que esteja em Brasília na próxima terça-feira (21), para assumir o cargo em evento organizado pela legenda.