Veja traz capa contra ditadura de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem ameaçado constantemente os brasileiros com uma ditadura, nos moldes daquela que vigorou no País entre 1964 e 1985, que desconsiderou direitos e garantias fundamentais dos indivíduos previstos na Constituição Federal.

Ora, não é que surpreendentes 80% dos brasileiros são contrários um regime de exceção? A pesquisa é da revista Veja/FSB, que ensejou matéria de capa contra os arroubos ditatoriais de Bolsonaro.

“#Abaixo a ditadura”, diz a publicação da Abril.

De acordo com a reportagem, quase 80% dos entrevistados acreditam que a democracia é sempre, ou na maior parte das vezes, o melhor sistema de governo. Apenas 10% apontaram a ditadura como uma alternativa ideal.

A Veja afirma que o mesmo levantamento, porém, também trouxe um alerta: 40% dos consultados acham que é média, grande ou muito grande a possibilidade de o Brasil virar novamente uma ditadura.

Nos últimos dias, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Economia Paulo Guedes sugeriram um “AI-5” para contar possíveis manifestações contra o crescente desemprego, a volta da miséria e da carestia, a fome, enfim, contra o modelo econômico neoliberal que está virando de ponta cabeça a Colômbia e o Chile, bem como derrotou Mauricio Macri na Argentina.

A revista Veja enumerou os gestos do presidente Bolsonaro rumo ao autoritarismo:

  • Infelizmente, a conhecida fixação de Bolsonaro pela ditadura militar tem parte da responsabilidade pelo fenômeno.
  • Quando ainda era um inexpressivo deputado federal, todos os anos, em 31 de março, ele cumpria religiosamente um rito.
  • Subia à tribuna da Câmara para celebrar o aniversário do golpe militar — nas palavras dele, a “segunda independência do Brasil”.
  • O plenário geralmente estava às moscas e pouca gente se importava com o que ele dizia.
  • Hoje, como presidente, suas palavras são ouvidas por todos e têm muito mais peso.
  • Em março, ele orientou os quartéis a comemorar o dia do golpe de 1964.
  • A ordem não pegou bem nem entre a cúpula militar, que vê a ditadura como uma página virada.
  • Em agosto, recebeu em Brasília Maria Joseíta Silva, viúva do coronel e torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem chamou de “herói nacional”.
  • Em setembro, o filho Zero Dois, vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), tuitou que, “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade almejada”.
  • Em outubro, foi a vez de o Zero Três, Eduardo, declarar em uma entrevista que se a esquerda radicalizasse uma resposta possível seria a edição de “um novo AI-5”.
  • Em seguida, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, falando sobre a mesma hipótese, acrescentou que “tem de estudar como vai fazer, como conduzir”.
  • Há duas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o AI-5 era “inconcebível”, mas que “não se assustem se alguém pedi-lo”.

Para a revista Veja, o discurso bolsonarista se alimenta do ódio à esquerda — e vice-­versa —, e ambos saem ganhando desse jogo perigoso de polarização.

“Ao acusar o petismo de ter feito um governo comunista quando comandou o país, entre 2003 e 2016, Bolsonaro sabe que a retórica contra a foice e o martelo rende apoio, mesmo três décadas após a queda do Muro de Berlim”, diz o texto.

Com informações da revista Veja.

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