[Vídeo] Vereadores de Remanso denunciam prefeito Zé Filho na Polícia Federal por desvio de pagamento dos professores

Da Redação

Vereadores do município de Remanso e o advogado Marcos Palmeiras estiveram na manhã desta terça-feira (15) na Delegacia Regional da Polícia Federal, em Juazeiro, fazendo denúncia crime contra o prefeito daquele município José Clementino Filho, o popular Zé Filho (PSD), por possível desvio de recurso da educação que deveria pagar o abono salarial dos professores.

O vereador Humberto Santos de Almeida (PCdoB) afirmou que mesmo havendo um plano de cargos e salário aprovado e sancionado no município, o prefeito Zé Filho não cumpre as determinações. “Em 2015 foi aprovado na Câmara este projeto, mas a atual administração não estava cumprindo com as regras obrigando a APLB ingressar com ação na justiça. Depois do resultado favorável, os profissionais de educação descobriram que havia um acúmulo financeiro no extrato de seus vencimentos, foi a partir desse momento que descobriram o problema em dezembro de 2018. A prefeitura chegou a negar informações sobre o fato por escrito. Diante da situação, a representante da entidade sindical, Professora Rivania, nos procurou repassando todas as informações, sendo que hoje são mais de 600 professores prejudicados”, informou o vereador.

Ele afirmou ainda que teve acesso ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) encontrando três folhas referentes ao processo de pagamento do abono. Uma datada de 31 de dezembro de 2018, no valor de R$ 1.054.134,06 referente aos professores efetivos. A outra do dia 28 de dezembro  do mesmo ano no valor de R$ 82. 025,71; a terceira do mesmo dia 31 de dezembro no valor de R$ 346. 254,37. “Este último é relacionado aos professores contratados. No entanto, este dinheiro não chegou nas contas dos servidores, quer dizer o abono não foi pago”, denunciou o vereador Humberto apresentando farta documentação que foi entregue e protocolada na Delegacia da Polícia Federal.

Vereador João dos Santos

O vereador João dos Santos, conhecido popularmente como João Pinga Pinga   (PCdoB) se mostrou também indignado. “O gestor municipal e sua equipe tentaram desdenhar da nossa capacidade de conhecimento por ser representantes do povo. Agora estamos cumprindo o nosso papel levando esta denúncia à Polícia Federal para que este problema seja resolvido”.

Vereador Arivaldo Ribeiro

Outro vereador que também fez parte da comitiva foi Arivaldo Ribeiro de Souza, o popular Didi (PCdoB).  “O prefeito sempre se comportou como ditador em fazer as coisas de seu jeito sem pensar nas consequências que causou aos professores”.

Vereador Humberto Santos

O vereador Humberto voltou a fazer mais criticas à administração do prefeito Zé Filho. “O município recebeu este ano mais de R$ 40 milhões relacionados aos precatórios de Fundeb, e com este recurso o gestor conseguiu equilibrar as contas que estavam em atraso, mas o que  estranha é que todo esse dinheiro já foi torrado para pouca coisa realizada. Na primeira vez chegou quase R$ 21 milhões, sendo que deste montante, mais de R$ 8 milhões foi usado de maneira indevida. A primeira parcela, o prefeito já devorou todo, já a segunda de R$ 17 milhões ninguém sabe dizer se ainda resta alguma coisa”, disparou.

O advogado Marcos Palmeiras acompanhou o processo de denuncia dos vereadores à Delegacia da Polícia Federal. “É um fato grave que há 14 dias foi a tona na cidade de Remanso. Depois da denúncia de alguns professores, iniciamos fiscalização no Tribunal de Contas e encontramos as três folhas de pagamentos  referentes ao pagamento de abono aos professores no mês de dezembro, o que totalizou quase R$ 1,6 milhão, sendo que essas folhas foram liquidadas, pagas, contabilizadas e,   no TCM como se os professores estivessem recebido o pagamento”, destacou.

O advogado reforçou a denúncia destacando a gravidade da situação, informando que o prefeito Zé Filho deixou um rastro por não incluir na fantasiosa folha, pagamento de impostos. “Nas folha de pagamento não constava  desconto de INSS, imposto de renda, sendo que alguns professores passaram por problemas no momento da declaração do imposto de renda por não terem recebido este recurso, deixando de receber a restituição a maior. Diante da situação, protocolamos na Polícia Federal  uma denúncia crime para que se apure onde foi parar este dinheiro. Nós também já protocolamos no TCM a mesma denúncia. Já em Remanso, fizemos um requerimento  solicitando uma CPI na câmara municipal para apurar o caso”.

Marcos Palmeiras afirmou ainda que quando chegou a primeira parte do recursos relacionado aos precatórios, parte dele foi desviado para pagar outras despesas. “Fizemos representação  ao Ministério Público informando que parte desse recurso da educação foi direcionado para pagamento de salários, folha de administração   e outras finalidades. Antes da chegada do recurso dos precatórios existia atraso de salários, mas depois que chegou mais de R$ 40 milhões terminou colocando as contas em dias”.

Marcos concluiu afirmando que o atual gestor e o contador são velhas figuras conhecidas da justiça por prática semelhante. “Essa é uma prática dele e da pessoa que já foi contador dele na gestão passada, por isso os dois já respondem à processo crime por uma prática semelhante a esta. Acreditamos no Ministério Público e na Polícia Federal para que as coisas sejam apuradas”.

Prefeito Zé Filho

A reportagem do AP tentou contato com o prefeito Zé Filho e não conseguiu, mesmo assim o espaço está aberto para que possa se manifestar.

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