“A tragédia de Mariana também é aqui!”

Ação Popular

O pedagogo e ambientalista, Antonio Alves da Cruz atendeu a solicitação de moradores da Ilha Grande, Mandacaru, em Juazeiro, para registar e levar ao conhecimento das autoridades mais um crime ambiental praticado na localidade. De acordo os moradores, foram destruídos pelo fogo centenas de arvores nativas na última terça-feira (22) em uma área de preservação ambiental. Há anos, o local vem sendo cobiçado para o plantio de cana. Em 1984, a AGROVALE foi responsável pelo despejo de vinhoto no Rio, matando toneladas de peixes, alterando para sempre o ecossistema aquático no trecho atingido. Até hoje justiça não deu resposta mesmo com as denuncias apresentadas por ambientalistas e entidades organizadas na época.

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Outros grande problema é com relação à queima de toda essa biomassa por longo período, são lançados na atmosfera grandes quantidades de partículas e diversos gases poluentes, que influenciam direta e indiretamente o meio ambiente e, consequentemente, a saúde da população dessas duas cidades, além da fuligem (palha queimada), que acaba deixando as casas completamente sujas.

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Palha da cana queimada lançada em residências de Juazeiro e Petrolina

O fato já foi debatido em Câmara de Vereadores das cidades de Juazeiro e Petrolina, denúncias foram feitas ao Ministério Público, e nada de providências. Com mais este outro caso grave, as pessoas estão apelando para Brasília porque na região nada é resolvido.

Confira a matéria do ambientalista e veja as imagens:

Mais uma vez se reafirma máxima popular de que “DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM”! Desde o dia 22/12/2015 que o fogo consome a fauna e flora às margens do Rio São Francisco, em centenas de hectares de caatinga na fazenda detentora daquela propriedade, destruindo todo bioma que deveria ser preservado, ainda que dentro da propriedade pois, se trata de LAGOA MARGINAL CENTANÁRIA, denominada Lagoa da Tapera, dista 20 km da área urbana de Juazeiro – abaixo do povoado de Ilha Grande, descendo até a BA 210. Certamente, todo o bioma ali existente foi consumido pelas chamas da Agrovale, área pertencente e separada como de preservação ambiental.

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Naquela localidade havia um diferencial específico devido a grande variedade da fauna e flora existentes – única na região de caatinga. Ninguém se pronunciou à respeito do fato. Digo isto, principalmente, porque foi de grandiosa proporção, tanto que pessoas que chegavam de avião visualizavam atônitos aquela cena incompreensível.

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Aquela região, ainda que seja proibida a caça, pesca e extração de palhas de carnaúba e taboa para confecção artesanal de materiais, muitas pessoas retiravam dali esse material para sustento de suas famílias que viviam em função disso.

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Há relatos de pessoas que residem próximo, suspeitam de que o evento foi criminoso. Havia uma política de proibição, por parte da empresa, da retirada desses materiais, principalmente a taboa e a palha de carnaúba e que alguém ligado a esta empresa ateou fogo dos dois lados da lagoa para evitar – destruindo, a invasão. Mas, foi perdido o controle do fogo e aconteceu a desgraça. É necessário que se investigue e se puna os culpados, se culpado houver. Necessário, também, se faz que toda a área seja recuperada.

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Sem contar que já houve várias denúncias sobre o uso inadequado e tentativa, até, de aterrar aquela área para produção agrícola. Com a palavra, quem de direito.

Antonio Alves da Cruz Pedagogo, especialisata em educação ambiental

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