Médica pede demissão 9 dias após ser anunciada secretária de enfrentamento à Covid-19 no governo Bolsonaro

Médica infectologista com pós na Universidade Johns Hopkins, Luana Araújo havia classificado a cloroquina como “neocurandeirismo” e declarou que Brasil estava “na vanguarda da estupidez mundial” antes de ser nomeada no governo Bolsonaro

A médica infectologista Luana Araújo pediu demissão nesta sexta-feira (21) da secretaria extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, estrutura criada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para centralizar as ações no combate à pandemia no governo Bolsonaro. A informação é de Josette Goulart na coluna Radar Econômico, da revista Veja.

A demissão acontece nove dias após Luana Araújo ser anunciada para o cargo por Queiroga em cerimônia que contou ainda com a família do Zé Gotinha na nova campanha de vacinação do governo.

Médica infectologista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-graduação na Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, Luana já havia classificado como “neocurandeirismo” o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento contra a Covid-19, inclusive em pacientes com sintomas leves.

A declaração aconteceu em resposta a um tuite da Associação Médica Brasileira, de julho do ano passado, defendendo a autonomia do médico em prescrever a hidroxicloroquina.

No comentário, que foi apagado depois, Luana criticou a entidade: “Neocurandeirismo. Iluminismo às avessas. Brasil na vanguarda da estupidez mundial”.

Ao responder a um perfil, a médica ainda comentou, usando a sigla HCQ para hidroxicloroquina: “Feliz por você, mas não há qualquer evidência a favor (e muita contrária) à eficiência da HCQ. Seus pacientes devem ter se recuperado em função da competência de suporte de vocês, aliada à história da doença. Nada de pseudoterapia”.

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