Médica que deixou “Enfrentamento à Covid” no governo após nove dias emite nota e deve ser convocada à CPI

Em nota, Luana Araújo agradece Queiroga e ressalta que sempre fez “questão de evidenciar minha postura técnica, baseada em evidências, pautada pelo juramento médico que fiz e que norteia todas as minhas atitudes”

A médica infectologista Luana Araújo, que pediu demissão da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 nove dias após ser nomeada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, divulgou nota de agradecimento neste sábado (22) sem explicar, no entanto, os motivos que a fizeram ter uma passagem relâmpago pelo governo Jair Bolsonaro.

No texto, divulgado em seu perfil oficial no Instagram, Luana, que é formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-graduação na Universidade Johns Hopkins – centro de excelência em Covid-19 -, nos EUA, diz que aceitou o desafio “ciente de sua enorme complexidade” para “poder fazer pelo meu país o que vinha fazendo por outros ao redor do mundo: contribuir, neste momento tão difícil, tão sensível, para trilharmos um caminho menos traumático e mais rápido em busca de saúde e qualidade de vida para todos”.

A médica ressalta que sempre fez “questão de evidenciar minha postura técnica, baseada em evidências, pautada pelo juramento médico que fiz e que norteia todas as minhas atitudes”.

“Vejo a ciência como ferramenta de produção de conhecimento e de educação para a priorização da vida, sempre, como objetivo maior”, escreve.

Mesmo com menos dez dias de atuação, a infectologista diz que pode “desenvolver trabalhos em várias frentes, incluindo o plano de testagem agora apresentado pelo Ministro da Saúde”.

“Permaneço onde sempre estive: à disposição do meu país para contribuir para a melhoria das condições de vida de todos os brasileiros. Protejam-se, vacinem-se e sigamos em frente”, afirma Luana (leia a íntegra abaixo).

CPI
Membro da CPI do Genocídio, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou um requerimento para convocar Luana Araújo para falar à comissão os motivos que a fizeram deixar o cargo de forma tão rápida.

Antes de integrar o governo, a médica havia classificado como “neocurandeirismo” o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento contra a Covid-19, inclusive em pacientes com sintomas leves.

No comentário em uma rede social, que foi apagado depois, Luana criticou a Associação Médica Brasileira, que em julho do ano passado defendeu a autonomia do médico em prescrever a hidroxicloroquina. “Neocurandeirismo. Iluminismo às avessas. Brasil na vanguarda da estupidez mundial.”

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