O uso da cannabis pode influenciar na capacidade de inteligência dos seres humanos
Neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, comenta sobre as propriedades da Cannabis Sativa e seus impactos na inteligência
Protagonista de um dos grandes debates que circundam o âmbito político social mundial, o consumo recreativo da cannabis é defendido e rechaçado por partes quase iguais em diferentes países. Sendo uma planta com compostos que atingem o sistema nervoso central, é necessário considerar que outros aspectos do cérebro humano a cannabis pode afetar.
De acordo com o PhD em neurociências, biólogo e antropólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a Cannabis Sativa apresenta mais de 400 substâncias, das quais, algumas podem ser utilizadas para fins medicinais e outras têm efeitos psicoativos.
O especialista explica que, quando absorvido na corrente sanguínea, as concentrações de THC diminuem rapidamente devido ao metabolismo do fígado. A substância permanece em maior parte no tecido adiposo obtendo seu pico de concentração em 4-5 dias e após isso, é liberada lentamente atingindo as demais áreas do cérebro “No cérebro, é distribuída de diversas maneiras, atingindo altos níveis de concentração nas áreas neocortical, límbica, sensorial e motora”, detalha.
Nesse contexto, o estudo do neurocientista concluiu que muitos pacientes crônicos usuários da cannabis afirmaram ter dificuldade no aprendizado, apresentando perda de memória, dificuldades em permanecer concentrados em determinada função e alterações nas funções cognitivas. “Me foi relatado inclusive que o comportamento de usuários contínuos é de lentidão, falta de memória, falta de localização espacial, perda de motivação, falta de raciocínio lógico, comportamento disfuncional para a ordem prática da vida”, detalha o neurocientista.
Além disso, por meio da neuroimagem, verificou-se sérios danos nos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo, desenvolvendo atrofia cortical. “A maconha é a droga ilícita mais utilizada em todo o mundo, apesar de não ter tanta importância como outras drogas, cocaína, crack e até o álcool devido ao fato de que seus efeitos são mais sutis que as demais. Com o tempo de uso, a região frontal do cérebro relacionada à inteligência, encontra-se prejudicada, com atrofia e os neurônios se moldam nesta condição resultando em uma inteligência pobre o que pode trazer problemas para a vida diante de situações que exijam raciocínio lógico e tomada de decisões”, explica. Além disso, o uso da maconha pode causar transtornos de ordem mental e psiquiátrica, a depender da propensão genética, desencadeando esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos e transtornos afetivos. Esses distúrbios surgem como consequência da disfunção na região límbica do cérebro e diminuição da região da inteligência.
Link do estudo:
https://revistamultidisciplinar.com/index.php/oj/article/view/73/75
Sobre o Dr. Fabiano de Abreu
Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat – La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.