1793 – Ex-rei da França Louis Capet é guilhotinado por traição à Nação

Preso nas Tuileries com sua família desde o mês de agosto de 1792, a Convenção o acusa de ser um traidor da Nação

Às 10h20, de 21 de janeiro de 1793, na Praça da Revolução (atual Place de La Concorde), Louis Capet, 39 anos, ex-rei da França, é guilhotinado um dia após ser condenado por conspiração com potências estrangeiras e sentenciado à morte pela Convenção Nacional Francesa.

Preso nas Tuileries com sua família desde o mês de agosto de 1792, a Convenção o acusa de ser um traidor da Nação. Suas derradeiras palavras: “Franceses, eu morro inocente; perdôo meus inimigos; desejo que minha morte seja…” No entanto, o final de suas palavras seria coberto pelo rufar do tambor anunciando sua execução. Em 16 de outubro do mesmo ano seria vez de sua mulher Maria Antonieta ser executada na guilhotina em praça pública.

Luis XVI havia assumido o trono francês em 1774 e desde o começo mostrou-se incapaz de tratar dos graves problemas financeiros que herdara de seu avô, o rei Luis XV. Em 1789, numa desesperada tentativa de resolver a aguda crise por que passava o país, Luís XVI convoca os Estados-Gerais, uma assembleia nacional que representava os três “Estados” do povo francês – a nobreza, o clero e a população comum e que não se haviam reunido desde o longínquo ano de 1614.

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Preso nas Tuileries com sua família desde o mês de agosto de 1792, a Convenção o acusa de ser um traidor da Nação

Ao longo da década de 1780, vários ministros tentaram ampliar a cobrança de impostos para assim reverter o quadro critico do país. No entanto, o conservadorismo das autoridades reais e a conivência de grande parte da nobreza e do clero impediam a realização dessas mudanças.

O primeiro estado, o clero, contava com cerca de 120 mil religiosos divididos em alto clero (bispos e abades, muitos deles proprietários de terras) e o baixo clero (padres, monges e abades de pouca condição). O segundo estado, a nobreza, dividia-se entre a nobreza provincial (proprietária de terras) e a nobreza de toga (burgueses que compravam títulos de nobreza da Coroa). O terceiro estado era composto pela esmagadora maioria da população. No topo, a burguesia que se dividia em três categorias: a alta burguesia (banqueiros, agiotas e grandes empresários). Em seguida, vinha a média burguesia (empresários, professores, profissionais liberais e advogados). Por fim, a pequena burguesia (artesãos, pequenos comerciantes, artistas). Na base do terceiro estado encontrava-se toda a classe trabalhadora francesa, proletários, aprendizes, pequenos artesãos, e os camponeses livres e semi-livres.

À parte de formar um estado misto com agudos conflitos de classe, somente os integrantes do terceiro estado arcavam com as taxas e impostos que sustentavam a monarquia francesa.

No hemiciclo da Assembléia Geral, o primeiro estado, sentado à direita, contava com 291 cadeiras; o segundo, no centro, com 270; o terceiro, posicionado à esquerda, contava com 578 cadeiras. Como o voto era dado por Estado, a coalizão entre nobreza e clero barrava a aprovação de leis mais avançadas.

Contando com o apoio de integrantes dos demais estados, o Terceiro Estado forçou a adoção de voto por cabeça o que garantiu um amplo leque de reformas. Acuado o rei ameaçou dissolver os Estados gerais. Rebelados, os membros do Terceiro Estado reuniram-se nos espaços do Jogo da Péla, de onde exigiram a convocação de uma Assembléia Nacional. Sem saída, o monarca decidiu acatar o estabelecimento de uma Assembléia Nacional que aprovaria uma nova Constituição.

Diante da insuportável situação econômica vivida, a população começa a se mobilizar. No dia 14 de julho de 1789, uma grande multidão invadiu a Bastilha e libertaram todos aqueles que eram considerados inimigos da realeza. Era o começo da Revolução Francesa.

Em outubro de 1789, a multidão marchou sobre Versalhes obrigando o casal real a se mudar para as Tuileries. Em junho de 1791, forçaram os reis a fugir para a Áustria. Durante a viagem, Luis e Maria foram detidos em Varennes e reconduzidos a Paris. Ali, Luis XVI teve de aceitar a Constituição de 1791, que o reduziu a mera figura decorativa.

Em agosto de 1792, os reis foram presos pelos ‘sans-cullottes’ e levados à Conciergerie. Em setembro, a monarquia é abolida pela Convenção, que substituíra a Assembleia Nacional. Em novembro, ficaram provadas as maquinações contra-revolucionárias com a Áustria e outras nações estrangeiras, o que levou o rei a ser julgado por traição pela Convenção.

Em janeiro seguinte, Luis foi considerado culpado e condenado à morte por estreita maioria. Em 21 de janeiro, caminhou imperturbável para a guilhotina.

No Brasil, o atual presidente Michel Temer e a maioria dos deputados e senadores do Congresso Nacional estão tendo comportamento mais grave com a complacência da justiça e nada acontece. Eles ainda contam com o apoio da grande mídia nacional.

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