1942 – Há setenta anos, filme Casablanca estreava nos cinemas

Estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, tornou-se uma das mais famosas histórias de Hollywood

 

Em 26 de novembro de 1942, Casablanca, filme dramático ambientado na época da II Guerra Mundial, estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, estreia nas telas de Nova York. A película viria a ser uma das favoritas em toda a história de Hollywood.

No filme, Bogart desempenha o papel de Rick Blaine, um ex-combatente pela libertação e dono de um elegante “nightclub” norte-africano, onde se encontra com a bela e enigmática Ilsa Lund (Bergman). Anos antes, Ilsa e Rick viveram uma inesquecível paixão em Paris. Mas ela o abandonou. Ele, então, estabelece-se como dono do bar em Casablanca, no Marrocos.

Considerado um filme inesgotável por críticos e cinéfilos, Casablanca retrata o reencontro do casal no ano de 1942, em meio à II Guerra Mundial. Solteirão convicto, Rick vive para afogar as dores do amor perdido em copos e copos de uísque enquanto seus clientes conspiram, jogam, criam intrigas e negociam vistos que permitam a refugiados do nazismo embarcarem para Portugal e, dali, para os Estados Unidos. Ilsa e o marido Victor Laszlo (Paul Henreid) são dois desses refugiados.

Dirigido por Michael Curtiz, Casablanca apresentou-se em cinemas por todos os Estados Unidos a partir de janeiro de 1943. Indicado para oito Oscars da academia, inclusive o de Melhor Ator para Bogart. Levou para casa três Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. O contexto político-histórico da II Guerra Mundial e o roteiro do filme foram baseados na peça de teatro “Everybody Comes to Rick’s”.

Além do mais, o filme cunhou algumas citações que se tornaram emblemáticas: sempre irônico, Rick tem um diálogo antológico com uma garota em seu bar, logo no início do filme. Ela pergunta o que ele havia feito na noite anterior e Rick, indiferente, responde: “Faz muito tempo para que eu me lembre”. Insistente, ela pergunta o que ele vai fazer naquela noite e ouve como resposta: “Não costumo fazer planos a longo prazo”.

Quando llsa lhe apresenta Victor no bar e diz que o conheceu em Paris, Rick fala quase hipnotizado por sua beleza: “Eu me lembro de todos os detalhes. Os alemães vestiam cinza e você, azul”. Depois que Ilsa e Victor deixam o bar, Rick mergulha na bebida. Em seus delírios alcoólicos, ele diz: “Tantos bares, em tantas cidades em todo o mundo, e ela tinha que entrar logo no meu”.

Em flashback, Rick recorda depois os felizes momentos que viveu com ela em Paris. Enquanto os alemães invadem a cidade, Ilsa comenta:”isso foi o barulho de um canhão ou meu coração que deu um salto?”. Na última noite que eles passam juntos, ela diz: “Beije-me. Beije-me como se essa fosse a última vez”.

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Há setenta anos, filme Casablanca estreava nos cinemas

Na noite seguinte, Ilsa volta ao bar só para implorar que Rick entregue os vistos de saída para salvar seu marido. Como ele se nega a fazê-lo, ela lhe aponta uma arma e Rick diz: “Vá em frente, garota, você estará me fazendo um favor”. Em seguida, ela o abraça e eles combinam fugir juntos.

Mas, quando chega ao aeroporto, Rick muda os planos e manda ela ir embora com Victor, Nesse momento, Ilsa pergunta: “E nós, Rick?”. E ele responde do alto de sua integridade: “Nós sempre teremos Paris”.

Outra frase antológica é a que encerra o filme, Depois de matar o major alemão que tentou impedir a decolagem do avião com Ilsa e Victor, Rick abraça o capitão Renault e afirma: “isso é o começo de uma grande amizade”.

Duas referências indissociáveis de Casablanca são a música “As Time Goes By” e a frase “Play it again, Sam”. Mas uma das curiosidades sobre o filme é que a fala não existe no roteiro. Ilsa, ao encontrar Sam (Dooley Wilson) no bar do Rick, pede: “Play it, Sam. Play As Time Goes By.”(“Toque, Sam. Toque As Time Goes By.”) Em outra cena, Rick diz apenas “Play it”. A música foi escrita por Herman Hupfeld em 1931 para o musical Everybody’s Welcome, da Broadway. Em 1942, foi selecionada para Casablanca.

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Estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, tornou-se uma das mais famosas histórias de Hollywood

Bogart nasceu em 25 de dezembro de 1899. Durante os anos 1930 firmou sua carreira interpretando papeis de durão. Ganhou fama como o detetive Sam Spade em “O Falcão Maltês” (1941), que marcou a estréia de John Huston como diretor. Bogart e Huston estiveram juntos em filmes como “O Tesouro de Sierra Madre” (1948) e “A Rainha Africana” (1951) com Katharine Hepburn, que trouxe a Bogart outro Oscar de Melhor Ator. Em 1945, Bogart casou-se com sua quarta mulher, a atriz Lauren Bacall, com quem contracenou em “Uma Aventura na Martinica” (1944). Bogart morreu em 14 de janeiro de 1957.

Bergman nasceu em 29 de agosto de 1915. Recebeu indicação para o Oscar de Melhor Atriz em “Por Quem os Sinos Dobram” (1943), seguido da conquista na mesma categoria em “À Meia Luz” (1944). Foi novamente indicada para Melhor Atriz com “Os Sinos de Santa Maria” (1945) e “Joana d’Arc” (1948). Embora tenha conquistado outra estatueta em 1956, com “Anastasia”, coube ao ator Cary Grant recebê-la em seu nome.

Bergman não voltou publicamente a Hollywood até o Oscar de 1958 em que foi a apresentadora. Ganhou o terceiro Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante com “Assassinato no Expresso Oriente” (1974). Sua última indicação ao Oscar de Melhor Atriz ocorreu com “Sonata de Outono” (1978) dirigido pelo famoso realizador sueco Ingmar Bergman, com quem não tinha parentesco. Ela morreu em 29 de agosto de 1982.

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