Em 1636 é fundada a Universidade de Harvard, nos EUA

Quando passou a ser controlada pelos liberais tornou-se uma das mais prestigiadas instituições de ensino do mundo

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Visão aérea da Universidade de Harvard, em Massachusetts, EUA

Harvard é a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos, estabelecida em 28 de outubro de 1636 pelo voto da Grande Corte Geral da colônia de Massachusetts e localizada em Cambridge, Estado de Massachusetts. A história, influência e pujança da Harvard fez dela uma das mais prestigiosas universidades do mundo. Seu nome foi em homenagem ao primeiro benfeitor da universidade, o jovem ministro John Harvard de Charlestown, quem doou, ‘post mortem’, toda a sua biblioteca e metade de suas propriedades à instituição. Um estátua de John Harvard está erigida à entrada central do campus e é talvez seu marco mais conhecido.

A Universidade Harvard contém 12 faculdades além da Radcliffe Institute for Advanced Study. Começou com nove estudantes de uma única faculdade para passar a uma coletividade de mais de 20 mil alunos incluindo graduandos e pós-graduados. Conta com mais de 360 mil ex-alunos espalhados pelos Estados Unidos e em mais de 190 países.

Embora jamais estivesse formalmente ligada a alguma igreja, foi no início orientada pelo clero congressionalista e unitariano. Nos primórdios, a faculdade era orientada por muitos ministros puritanos. A escola oferecia um curso acadêmico clássico baseado no modelo universitário inglês. Uma antiga brochura, publicada em 1643, descrevia a fundação da faculdade como uma resposta ao desejo de “estudos avançados a fim de perpetuá-los à posteridade, temendo deixar um ministro ignorante comandando a igreja”.

O currículo da Harvard tornou-se secular ao longo do século XVIII e já no século XIX emerge como o estabelecimento cultural central da elite de Boston. Logo depois da Guerra de Secessão, o presidente da instituição, Charles Eliot (1869–1909) reformou-a, transformando-a numa universidade centralizada de pesquisas. Outro presidente, James Conant, dirigiu a universidade ao longo da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial, dando início à reforma do currículo e à liberalização das admissões. Harvard tem hoje o maior montante de doações financeiras de qualquer instituição acadêmica do mundo, atingindo 32 bilhões de dólares em setembro de 2011.

A universidade compreende 11 unidades acadêmicas distintas – dez faculdades e o Instituto Radcliffe – com campus espalhados pelas áreas metropolitanas de Boston. O principal campus, localizado em Cambridge, tem aproximadamente 85 hectares. A escola de economia e negócios e as instalações atléticas, inclusive o estádio Harvard, estão localizados ao longo do rio Charles, em Allston. As escolas de medicina, de odontologia e a de saúde pública ficam na Longwood Medical Area.

Em 2010, Harvard empregava 2.100 professores para lecionar a 6.700 alunos e 14.500 pós-graduados. Oito presidentes dos Estados Unidos ali se formaram e 75 laureados em distintos Prêmios Nobel lá fizeram suas pesquisas. A Biblioteca Universitária de Harvard é a maior dos Estados Unidos e uma das maiores do planeta.

No que tange aos esportes, as competições de atletismo que opõem a Harvard a um combinado das universidades de Cambridge e Oxford da Inglaterra, a cada dois anos, transformaram-nas na disputa amadora internacional contínua mais antiga do mundo.
A tomada do controle de Harvard pelos unitarianos em 1805 resultou na secularização das faculdades nos Estados Unidos. Os “liberais” (unitarianos) aliaram-se aos federalistas e começaram a criar uma série de sociedades e instituições privadas com o objetivo de respaldar sua autoridade política e cultural.  Por outro lado, os teólogos conservadores usaram a imprensa para defender a manutenção de debates visando um amplo leque de público, considerando o movimento dos liberais como uma tentativa de criar uma oligarquia cultural.

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Estátua ao benemérito John Harvard é um dos símbolos da instituição

Durante o século XX, a reputação internacional da Harvard cresceu como florescente instituição. Proeminentes professores ampliaram seu campo de atividades. Crescimento explosivo da população discente prosseguiu com o acréscimo de novos cursos de pós-graduação e do programa curricular dos graduandos. O Radcliffe College, estabelecido em 1879 como escola de enfermeiras da Harvard College, tornou-se uma das mais proeminentes escolas para mulheres do país.
James Conant, presidente de 1933 a 1953, vislumbrou a educação como veículo de oportunidades para os talentosos em vez de fonte de diplomas para jovens de famílias ricas. Em 1943, pediu que a instituição elaborasse um plano sobre o que a educação em geral deveria ser, tanto no ensino médio quanto no superior. O relatório resultante, publicado em 1945, foi um dos mais influentes manifestos da historia da educação norte-americana do século XX.

De 1945 a 1960, a política de admissão se abriu para atrair jovens de outras classes sociais. Não mais admitir, quase exclusivamente, alunos da seleta elite da Nova Inglaterra, mas também de outras origens e classes sociais, em especial estudantes de classe média provenientes de escolas públicas. A verdade é que ainda hoje são poucos os estudantes negros, hispânicos e asiáticos a frequentar a Harvard.
Harvard e suas afiliadas são consideradas por muitos como politicamente liberais, o que nos Estados Unidos, significa ser de centro para a esquerda. O escritor conservador William Buckley gracejou que ele preferia ser governado pelos dois mil primeiros nomes da lista telefônica de Boston do que pela Universidade Harvard. O presidente Richard Nixon costumava referir-se a Harvard, por volta dos anos 1970, como o “Kremlin da América” e George Bush pai desprezava e tentava ridicularizar o liberalismo de Harvard durante a campanha presidencial de 1988.

Fonte: Ópera Mundi

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