Sento Sé é penalizado pelos governos estadual e federal

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Durante solenidade, prefeitos do Consórcio quebram protocolo e denunciam descasos

sento sé

Da Redação

O vice prefeito de Sento Sé, Manoel Paixão representou o prefeito Agnaldo Barros na reunião dos prefeitos integrantes do Consórcio do S. Francisco (Constesf) que estão em busca de recursos para seus municípios. O vice-prefeito disse que o assunto predominante com os gestores é o problema da seca, queda de receitas, e para tentar encontrar a saída é lutar pelo aumento de 2% do FPM e a aprovação do Novo Pacto Federativo.

Durante a solenidade de entrega de maquinas e equipamentos em Juazeiro, nesta segunda-feira (04) com os representantes dos governos estadual e federal, os prefeitos quebraram o protocolo e mostraram suas indignações com o tratamento do governo em reduzir repasses e aumentar despesas das prefeituras o que vem provocando a falência com demissões, atrasos de pagamentos diversos, e ainda a impossibilidade de fazer convênios devido a falta de recursos para a contrapartida.

“Sento Se é o mais prejudicado de todos, não recebe ajuda dos governos estadual e federal, inclusive agora com aquela extensão territorial vivendo umas das piores secas  da história”, lamenta.

De acordo com os prefeitos, todos  os municípios estão sofrendo com essa perda do Fundo de Participação, os prefeitos que integram o consórcio estão aguardando a aprovação da PEC – que aumenta em 2% o valor do FPM e o novo Pacto Federativo.

Para tentar amenizar as consequências da seca, como a falta d’água nas comunidades, os municípios recorrem aos carros pipa. Sento Sé, segundo Manoel Paixão, possuí um carro pipa para atender as famílias e loca outros com recursos do município, numa tentativa de amenizar o sofrimento da população, mas que esse mecanismo não é insuficiente. “O Governo do Estado  passou uma  verba  de R$ 90 mil para atender  por um ano o município, só que ocorre atrasos nesse repasse. Trabalha-se um mês ou dois com os carros pipa, a verba não chega e os funcionários desistem porque não tem condições de se manterem. A prefeitura, na situação que se encontra, não tem condições de arcar com carro pipa, e atender toda a população. Tem lugar que o carro pipa anda cerca de  100 km para atender um cidadão”, lamentou.

Outro problema, segundo o vice-prefeito é a diminuição do nível do Rio São Francisco, que afeta algumas comunidades, e resulta que a água está imprópria para o consumo humano. “Isso é constante todo final de ano, as baixas no nível do rio, e com a seca o lago é prejudicado com a falta de abastecimento. A água fica barrenta e impossibilita para o uso. Tem se colocado carro pipa em algumas comunidades, mesmo na beira do rio, tivemos problemas recentemente com um motor dado pela prefeitura e está quebrado, e o prefeito arca com todas as despesas de águas do município, quando o rio está com a cota mínima”, completou.

“Sento Sé recebeu da Codevasf, do programa ‘Águas para Todos’  um sistema de água, que está sendo feito em todos os municípios baianos, só que alguns já estão quase concluídos nas comunidades de Tapera e Piçarrão, mas não foram inaugurados, ainda”, lamenta.

Segurança e Estrada

Na questão segurança o vice informou que o município tem recebido ajuda da CPAC e da Companhia o que tem levado tranquilidade para a população. Mas para complicar a situação no município, Manoel Paixão ressaltou o que o descalabro com a BA 210 – trecho entre a sede do município até Sobradinho continua levando problemas graves paras a comunidade. “Os ônibus que transportam passageiros andam constantemente quebrados, os caminhões que entregam e buscam mercadorias cobram preços absurdos e ainda alguns são assaltados no meio da estrada. Além disso, o movimento no comércio tem diminuído, e muitas pessoas por falta de oportunidade estão abandonando a cidade a procura de outros centros para sobreviverem. A única grande empresa que tinha no município fechou as portas devido a falta de estrada e hoje o maior empregador é a prefeitura que está sendo obrigada à demitir e a cortar despesas para não fechar as portas. Esta é a nossa situação. Até a segunda etapa da estrada que está sendo feita pelo Governo do Estado, está andando em passos de tartaruga”, lamenta.

Campanha politica do Governo Estadual

O Governo do Estado tem propagandeado na mídia que encontrou 83% das estradas na Bahia acabadas, e que durante seis anos conseguiu recuperar 80%. Mas este trabalho destacado pelo Governo não chegou aos municípios de Sento Sé e Campo Alegre de Lourdes que ainda as pessoas são obrigadas a transitarem em estradas primitivas.

Em Uauá, no trecho entre a Mina da Caraíba até a sede do município, a buraqueira ainda continua nos 52 km. A estrada foi aberta durante a primeira gestão do prefeito Olímpio Cardoso nos anos 70 e agora é mantida as duras penas pelo próprio município e com a pequena ajuda que a Caraíba fornece.

A segunda etapa da BR 235 – que liga Uauá à Juazeiro – tem mais propaganda política para reeleger Dilma e eleger o candidato de Jaques Wagner em 2014, do que ação. Até o Diário Oficial da União está servindo de panfleto para auto promoção do Planalto quando anuncia a divulgação da licitação, empresa que ganhou, etc, e nãoa aparece uma caçamba com areia.

Repasse de Recursos

“Sobre o repasse dos recursos para a saúde, a gente se queixa que o repasse não está sendo suficiente para manter o município, hoje em Sento Sé se faz cirurgia, o município arca com grande parte das despesas e não está aguentando, está assumindo porque tem compromisso com a população, a saúde é uma das prioridades da nossa gestão”,disse.

Sento Sé foi um dos municípios que precisou fazer a redução do quadro de funcionário para se adequar na Lei de Responsabilidade Fiscal, e foram demitidos aproximadamente 300 funcionários. “Foi muito difícil para o prefeito, que se sentiu obrigado por causa da queda de receita. No ano passado nós tínhamos o mesmo quadro e conseguimos manter o pagamento, este ano foi impossível, ia atrasar a folha de pagamento”, concluiu.

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