7 servidores analisam prestações de contas na Ancine

A Associação dos Servidores Públicos da Ancine (Aspac) diz que a falta de mão de obra “crônica” é uma das causas da demora da Agência Nacional de Cinema (Ancine) em reprovar as contas dos projetos audiovisuais que captam verba pública e nunca estrearam. Segundo a entidade, trabalham hoje na área responsável pela análise de contas de todos os projetos apoiados apenas sete servidores. Para a Aspac, a situação revela o “grave déficit de pessoal” da agência e pode ser uma das causas da existência de um passivo de dez anos na análise de contas. Para o grupo, seria necessário ter, no mínimo, o dobro de analistas realizando a mesma tarefa.

Todas as produções dessa lista datam do período entre 1995 e 2003, o que indica que nenhum projeto submetido ao órgão desde então já teve contas definitivamente reprovadas.A posição da Aspac sobre a demora da Ancine vem à tona um dia depois de O GLOBO publicar a lista das 17 produções audiovisuais que tiveram contas condenadas pelo órgão e que hoje integram a chamada lista negra da agência reguladora. No documento — obtido pela reportagem via Lei de Acesso à Informação — estão os 17 projetos que, juntos, captaram R$ 18,7 milhões e nunca chegaram ao grande público.

Procurada para comentar a posição da Aspac, a Ancine emitiu uma nota, lembrando o concurso que realizará para contratar 69 analistas:

“A Ancine conta hoje com 265 servidores concursados, preparados para lidar com todas as etapas de acompanhamento da execução de projetos realizados com recursos públicos federais. A nova realidade do mercado audiovisual brasileiro, que vive um momento espetacular após a aprovação da lei da TV paga, impôs outros desafios à agência. Por isso a administração da agência está empenhada na realização de um concurso, já aprovado pelo Ministério do Planejamento”.

Diretor culpa produtor

Em carta à redação, Malu de Martino, que aparece no documento obtido junto à agência como a diretora do documentário “Arte contemporânea” (que foi idealizado em 2002 e captou R$ 100 mil), destaca que os diretores não são responsáveis pelos projetos, mas sim as produtoras.

— Em 2002, fui convidada pelo produtor Ricky Ferreira (para participar do documentário), mas, depois de um ou dois encontros, o projeto não foi adiante — afirma ela. — Não tenho vínculo com a produtora Film Factory, e ela não me pertence. (O Globo)

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