Jequié: Ministério da Saúde corta repasse à atenção básica

Por Cíntia Kelly (@cintiakelly_)

Terra de ninguém. Os quase 170 mil habitantes do município de Jequié, sudoeste baiano, estão sofrendo com os desmandos da prefeita Tania Britto (PP). A pepista é alvo de quatro dezenas de processos na Justiça. No dia 28 de dezembro do ano passado, ela foi afastada do cargo, mas conseguiu reverter a decisão e 24 horas depois estava de volta ao comando da cidade. As notícias vindas de lá não são das melhores. O Ministério da Saúde suspendeu as transferências de recursos para a atenção básica, onde se encontra o Programa Saúde da Família (PSF).

O Ministério da Saúde abriu uma auditoria e encontrou irregularidades entre o município e prestadores de serviços na composição de equipes do Programa Saúde da Família (PSF).

O aviso de suspensão vem meses depois de a educação municipal também entrar em colapso. Até o dia 11 de agosto do ano passado, 70 turmas estavam sem aula. Outras três ficaram se aula até 14 de setembro. O Conselho Municipal de Educação de Jequié estima que mais de dois mil alunos tenham sido prejudicados.

Em conversa com o Bocão News, o vice-prefeito de Jequié, Sérgio Gameleira (PSB), disse que a situação d a cidade é de “convulsão social”. Duas Comissões parlamentares de Inquéritos (CPIs) estão em andamento na Câmara Municipal. Uma trata da malversação de recursos públicos na saúde e a outra do rombo do Instituto de Previdência.

Diante da situação alarmante, outdoors foram colocados em pontos da cidade pedindo a renúncia de Tânia Britto. Não contente com a ação, a prefeita ordenou que retroescavadeiras da prefeitura, que foram doadas pelo governo federal, retirassem as peças.

Segundo Gameleira, com a ação, a cerca de uma fazenda foi destruída e os animais criados pelo fazendeiro Gilson Brito fugiram.

O resultado da CPI da Previdência traz um dado alarmante. O rombo está acima de R$ 100 milhões. A estimativa é de que em 2021, esse déficit seja de R$ 543 milhões. Com o buraco previdenciário, trinta servidores municipais aptos a se aposentarem, ainda não conseguiram o feito. “Não há dinheiro para eles. A previdência não tem como absorve-los”, denuncia gameleira.

Um dos grandes problemas é que o município tem em seus quadros funcionários em cargo de confiança, que pagam o INSS. “Não tem gente nova para oxigenar a previdência municipal”, relata Gameleira.

 

Vídeos com ação da prefeitura:

 

 

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