Preso taxista acusado de matar universitário

A investigação aponta que o suspeito se mudou para Santa Cruz logo depois do crime

O taxista Cláudio Roberto Lima França Junior, 29 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (28) acusado de matar o estudante de direito Thiago Matos de Araújo, em 22 de novembro do ano passado. Acompanhado por advogado, Cláudio foi apresentado à imprensa na tarde de hoje.

No momento da prisão, o acusado estava em um imóvel alugado no final de linha de Santa Cruz. A investigação aponta que o suspeito se mudou para o local, alugado com a ajuda da mãe, logo depois do crime, que aconteceu na Avenida Vale do Tororó, nas proximidades da Estação da Lapa, depois de uma festa. A investigação apura se outras pessoas ajudaram Cláudio a se esconder da polícia.

Taxista confessou crime, mas alegou legítima defesa (Foto: Almiro Lopes/CORREIO)

Preso, Cláudio, que é filho de um policial civil, confessou o crime e disse que agiu em legítima defesa. Apesar disso, a polícia segue linha de investigação de crime passional. A arma usada ainda não foi localizada.

“Inicialmente, as investigações apontam que a motivação do crime foi por ciúmes  de sua companheira. O autor (Cláuduio) confessa a autoria dos disparos, mas declina uma outra motivação. Ele alega legítima defesa”, disse Celuba Regina, delegada adjunta do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com a delegada Patrícia Brito, da 3ª Delegacia de Homicídios e que está responsável pela investigações, testemunhas do crime foram ouvidas e perícias foram realizadas no local do crime para esclarecer as circunstâncias do homicídio. Ainda de acordo com ela, a prisão do acusado ajudará a esclarecer a motivação do crime.

“Ele (Cláudio) alega que atirou em legitima defesa, mas não explica por qual razão. A polícia trabalha com a linha de que ele teria cometido o crime por ciúmes”, disse a delegada.

Durante a apresentação, o Cláudio se negou a falar sobre o crime com a imprensa. Ele apenas alegou que prestaria os esclarecimentos à Justiça. De acordo com Oscar Machado, advogado de defesa, o pedido de revogação da prisão já foi solicitado. “Ele é réu primário, trabalhador, nunca teve passagem pela polícia ou pela Justiça”, disse.

Estudante foi morto depois de festa (Foto: Arquivo Pessoal)

Na porta do DHPP, familiares de Tiago aguardavam a saída do acusado. “Nós não vamos nos cansar de pedir Justiça. Ele (Tiago) era um menino bem, rapaz de bem, que foi morto de forma covarde”, disse o comerciante John Matos, 53 anos, tio da vítima. Ainda de acordo com ele, os pais de Tiago moram em Sergipe. O rapaz iria colar grau em direito em dezembro do ano passado.

Amigos e familiares de Tiago contaram que o estudante e a mulher de Cláudio, Glenda, eram vizinhos e amigos. Os dois moravam próximo a Estação da Lapa, enquanto Cláudio vivia em Nazaré. No dia do crime, o casal e Tiago foram convidados para o aniversário de um vizinho. “Cláudio estava bem humorado, conversou e fez fotos com meu sobrinho, e depois fez essa barbaridade. Ele tem que pagar pelo que ele fez. É um assassino cruel”, contou o tecnólogo Yuri Matos, tio da vítima.

O advogado da família da vítima, Henrique Chaves, contou que antes do crime, Glenda e Cláudio conversaram. “Quando eles estavam indo para o carro ela falou alguma coisa para Cláudio e ele disse ‘só um momento que você vai ver’. Ele então chama Tiago de forma amigável e quando Tiago se aproxima ele se esconde na lateral e atira sem nem a vítima perceber”, afirmou.

O estudante foi baleado quatro vezes, no tórax e nas costas e socorrido por populares para o Hospital Geral do Estado (HGE). A família nega que houvesse um relacionamento amoroso entre Tiago e Glenda – a polícia também não tem nenhum indicativo de que os dois se relacionavam. Segundo os amigos, ele não sabia o motivo da agressão. “Ele foi repetindo no carro a caminho do hospital ‘por que ele fez isso comigo?’, a tempo todo. Era um estudante dedicado, uma pessoa do bem e que havia ajudado Glenda quando ela precisou”, contou a comerciante Josy Nadja, amiga de Tiago há dez anos.

A vítima chegou com vida ao HGE. No dia seguinte, amigos estiveram na unidade para doar sangue, mas Tiago não resistiu aos ferimento e morreu no final da tarde.

Em dezembro do ano passado, amigos, familiares e integrantes da torcida organizada Bamor, da qual Tiago fazia parte, fizeram uma manifestação na Estação da Lapa pedindo por justiça.

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