A antessala de reunião da Anatel é um centro de traficância, diz Otto Alencar

Por Luiz Fernando Lima 

O roteiro é o seguinte: o cidadão mantém uma linha ativa de celular da operadora Vivo durante dez anos seguidos. Alguém clona esta linha. O consumidor informa a prestadora de serviço na espera de solução. Meses transcorrem, as faturas continuam sendo pagas, o cidadão, indignado, entra com uma ação na Justiça para cancelar a conta clonada. O que acontece: a operadora cancela a dele.
Se tratando de telefonia móvel nada surpreende mais. O problema para a operadora neste caso é que a linha era do senador Otto Alencar (PSD) que promete não descansar enquanto não conseguir melhorar o serviço prestado pelas operadoras. Otto garante que há muito vem “brigando” com os péssimos serviços.
Em abril do passado, Otto procurou o Tribunal de Contas da União (TCU) para pedir uma auditoria nas operadoras de telefonia. Não foi atendido. Atribui isso ao lobby das empresas dentro dos órgãos de controle e regulação, principalmente, a Anatel – agência reguladora que deveria garantir o cumprimento das regras de concessão. “A antessala da Anatel é um centro de traficância. Onde já se viu uma agência que deve regular ser composta basicamente com representes das reguladas”.
Na Bahia, já houve CPI da Telefonia, na qual foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público para melhorar a prestação do serviço. Até o momento, muito pouco se viu. E os consumidores, com mandato ou não, permanecem reféns de serviços ultrajantes sem conseguir respostas de quem deveria zelar pelo cumprimento dos contratos.

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