“Muito triste com tudo”, diz coreógrafa barrada em voo
A coreógrafa Deborah Colker, que foi convidada a se retirar de um voo que seguia de Salvador para o Rio de Janeiro, comentou o caso pelas redes sociais nesta segunda-feira (19). “Estou muito triste com tudo isso que aconteceu, a única coisa que posso falar no momento é que amo muuuuuito o meu neto”, escreveu a coreógrafa.
A confusão aconteceu nesta tarde, no Aeroporto Internacional de Salvador. Segundo relato de testemunhas, a tripulação do avião desconfiou que o neto de Deborah sofresse com uma doença de pele contagiosa e pediu para que a coreógrafa saísse do avião com a criança. Segundo o R7, o menino sofre de epidermólise bolhosa, uma doença rara e heditária que provoca bolhas na pele. A doença não é transmissível.
Deborah estava no voo 1556 da Gol. De acordo com a Infraero, o voo deveria sair às 11h50, mas só saiu de Salvador às 13h16 por conta da confusão. “Nosso voo encontra-se atrasado devido a falta de competência da companhia aérea Gol. A coreógrafa Deborah Colker está em nosso voo com seu neto, que tem problemas de pele. Enfim, os comissários de bordo cogitaram que a doença poderia ser contagiosa, devido a isso queriam retirar e criança da aeronave que já se encontrava fechada”, narrou o produtor cultural Eduardo Arauju, que estava no mesmo voo.
Ao Estadão, a coreógrafa falou sobre o fato. Ela disse que as portas do avião já estavam fechadas quando o comandante mandou avisar que não viajaria com a criança no voo. “O comandante me avisou que não viajaria se eu não apresentasse um atestado médico. Como obviamente eu não dispunha, ele chamou um funcionário da Infraero”, disse ela. A Polícia Federal foi chamada e dois agentes aguardaram do lado de fora do avião.
Segundo a coreógrafa, o comandante se recusou a ir até a cabine dos passageiros e o impasse foi se prolongando. Segundo ela, os outros passageiros se solidarizaram com a situação e uma médica que estava no voo se ofereceu para examinar a criança, constantando que a doença não era transmissível. A médica precisou escrever o diagnóstico em um papel, que foi entregue ao comandante, para o voo sair, diz Deborah.
A coreógrafa contou ainda que o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, ligou para ela se desculpando pelo ocorrido. Mesmo assim, eu disse a ele que pretendo processar a companhia, para dar um exemplo”.
Colker estava em Salvador para a turnê de comemoração de 20 anos de sua companhia de dança.
A Gol divulgou nota informando que está “analisando o ocorrido”. (Correio)