No clássico dos invictos, o Botafogo levou a pior em São Januário neste domingo. Apesar de ter sofrido pressão quase o jogo inteiro e ter criado poucas oportunidades de gol, o Vasco foi mais eficiente e venceu por 1 a 0, com gol de Thalles após passe genial de Nenê. A melhor qualidade técnica do elenco vascaíno superou a forte determinação do adversário que buscou o gol a todos os instantes, mas esbarrou no limitado poder de finalização do time: foram 17 chutes alvinegros, mas apenas um foi ao gol. Com a vitória, o líder Vasco chegou aos nove pontos e continua líder da Taça Guanabara.
O jogo começou com o Botafogo apostando na marcação adiantada e encurralando o Vasco em seu campo de defesa. Salgueiro aparecia bem pela direita. Aos 9, numa dessas jogadas, ele lançou para Gegê, que apareceu livre pelo segundo pau, voo de peixinho, mas, por pouco, não alcançou a bola. Aos poucos, o Vasco foi tentando sair para o jogo, mas também esbarrava em seus próprios erros. Com apenas 23 minutos, os donos da casa já haviam errado 18 passes. Diante deste cenário, Nenê chamou a responsabilidade e criou a primeira chance clara de gol no jogo até então. Com um toque sutil, aos 25, o meia deixou Thallesde frente para Jefferson. O jovem atacante avançou com a bola e chutou forte para abrir o placar. Na comemoração, ele tirou camisa e recebeu cartão amarelo.
— Me empolguei um pouco por causa da importância do jogo. Não era para ter tirado (a camisa), mas essas coisas acontecem — disse Thalles.
PÊNALTI NÃO MARCADO
Depois do gol, o Vasco se encolheu ainda mais, e o Botafogo tomou de vez a iniciativa da partida. Rodrigo encontrava dificuldades para marcar Ribamar. Aos 32, o zagueiro vascaíno derrubou o jovem atacante dentro da área, mas o juiz não marcou o pênalti. A pressão alvinegra, no entanto, era em vão. Todas as onze finalizações feitas no primeiro tempo não foram na direção do gol. Na única vez que o Botafogo balançou a rede, aos 42, o juiz marcou corretamente o impedimento de Ribamar. Já o Vasco marcou um gol nas duas oportunidades que teve de ameaçar a meta de Jefferson antes do intervalo.
No segundo tempo, o cenário do jogo não mudou, e o Botafogo continuou insistindo. Salgueiro era acionado em lançamentos e, por pouco, o atacante não chegou a frente do atento Jordi em duas oportunidades. Aos 11, no sexto escanteio do Botafogo no jogo, Emerson subiu mais que todo mundo e cabeceou a bola no travessão. Este foi o lance mais perigoso do alvinegro na etapa final.
Para tentar algo diferente, Ricardo Gomes tirou Gegê para a entrada Neilton. A substituição deu mais intensidade ao time, especialmente, pelos lados. Vendo o Vasco cada vez mais acuado, Jorginho fez duas trocas de uma vez: Caio Monteiro substituiu Jorge Henrique, que nada havia feito no jogo; e Bruno Gallo entrou para a saída do apagado Julio dos Santos.
O Botafogo seguiu pressionando após a substituição, e o gol só não parecia uma questão de tempo porque o time continuava pecando demais nas finalizações. Pelo lado vascaíno, Nenê e Andrezinho até arriscavam algumas jogadas, mas o time não conseguia dar continuidade. O jeito foi eles tentarem sozinhos. Em contra-ataque rápido, aos 37, Andrezinho veio carregando a bola desde antes do meio de campo e tabelou com Nenê para receber livre dentro da área. Para azar vascaíno, Jefferson foi muito bem na bola e conseguiu abafar o chute de Andrezinho.
No minutos finais, o Botafogo ainda tentou alçar bolas na área. Mas não conseguiu furar o bloqueio vascaíno.