Tolerância zero com os atos de vandalismo
Os mais velhos certamente se lembram do que houve no Brasil em 1964. A classe média nas ruas, liderando “marchas da família com Deus pela liberdade”, pedindo que os militares derrubassem o presidente João Goulart e assumissem o governo para impedir a implantação do “comunismo” no país. Foi o pretexto de que os militares estavam precisando para dar o golpe que vinha sendo preparado por eles desde o suicídio de Getúlio Vargas, 10 anos antes.
O Brasil de 2013 é muito diferente do Brasil daquela época. Os militares estão no canto deles e constitucionalmente respeitando a liderança do poder civil. No entanto, saudosistas da ditadura e inocentes úteis que não sentiram na pele as consequências dos “anos de chumbo”, como esses mascarados do “Black Bloc”, estão dando pretexto, voluntária ou involuntariamente, para que parcelas da população brasileira passem a defender a volta de um “governo forte”.
Ainda bem que o Governo de Pernambuco se deu conta dessa particularidade e decretou “tolerância zero” às manifestações irresponsáveis, como a de anteontem, não permitindo mais atos de vandalismo contra o patrimônio público e também privado. Jogar duro com essa gente não é atitude antidemocrática, é a afirmação da autoridade e da beleza da democracia. (Inaldo Sampaio)