‘Ele atirou por maldade’, diz delegado sobre suspeito de matar menina

Ana Beatriz foi morta com um tiro na nuca
Ana Beatriz foi morta com um tiro na nuca Foto: Reprodução
Carolina Heringer

As investigações da Divisão de Homicídios (DH) da capital apontam que Douglas Paiva Santos Ventura da Silva, de 18 anos, preso no último domingo pela morte de Ana Beatriz Frade, de 17 anos, atirou quando o padrasto da jovem, Cláudio Márcio de Brito Moreira, já havia arrancado com o carro e deixava o local. O crime aconteceu num dos acessos à Linha Amarela, na altura de Del Castilho, no início da manhã do último sábado.

Para o delegado Fábio Salvadoretti, da Divisão de Homicídios (DH), Douglas é um “assassino bestial”. Em depoimento à polícia, após ser preso por policiais da 44ª DP (Inhaúma), no último domingo, o rapaz contou que efetuou o disparo porque o motorista jogou o carro em sua direção e ele teve receio de ficar imprensado contra a pilastra. Douglas disse ainda que teria sido incentivado pelos outros comparsas a atirar. Para Salvadoretti, ele mentiu em seu relato.

— As imagens (de câmeras de segurança) mostram claramente que Douglas efetuou o disparo quando o motorista do carro já havia arrancado e saía do local. Ele atirou apenas por não se conformar por ter perdido o roubo. Atirou por maldade. Na favela onde ele mora, apuramos que é comum ele dizer que quando o motorista não para, ele atira mesmo. Ele é apontado como líder do grupo — contou o delegado.

Douglas foi preso no último domingo
Douglas foi preso no último domingo Foto: Cléber Junior

As investigações também apontam que apenas Douglas estava armado. Ele estava com um revólver. Um adolescente também foi apreendido por participação no crime. O padrasto de Ana Beatriz ainda não foi ouvido pela DH, pois está muito abalado emocionalmente. Douglas já foi reconhecido na 44ª DP (Inhaúma) como autor de outros quatro roubos na região onde Ana Beatriz foi morta.

Nessa segunda-feira, o secretário de Segurança José Mariano Beltrame anunciou que reforçará o patrulhamento com motos na Linha Amarela para reduzir a criminalidade na região. O grupamento de motocicletas, anunciado pelo secretário como solução para reforçar o policiamento nas vias expressas, foi prometido pela primeira vez em maio de 2010 pelo próprio Beltrame. Em novembro do ano seguinte, o projeto foi lançado. Em 2013, a medida foi novamente divulgada pela PM num vídeo.

— Hoje (segunda-feira) já providenciamos algumas mudanças no policiamento. O que vamos fazer agora, tanto no 3º batalhão, quanto para as vias expressas, é um grupamento de motocicletas para termos bastante mobilidade no sentido de minimizar essas situações — afirmou Beltrame, em entrevista à Rádio Globo.

Nesta terça-feira, haverá uma reunião entre a PM, representantes da prefeitura do Rio e da Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela. No encontro, será discutida a necessidade de melhorias no local onde a menina foi morta como a poda do matagal, melhoria na iluminação e fechamento de buracos.

Ana Beatriz foi morta com um tiro, no início da manhã deste domingo, quando passava de carro com seu padrasto por um dos acessos à Linha Amarela. Ela estava a caminho do aeroporto, para fazer uma surpresa para a mãe. O padrasto teria tentado furar o bloqueio feito por bandidos. A jovem morava em Guarapari, no Espírito Santo, e tinha acabado de chegar na Rodoviária Novo Rio. O padrasto foi buscá-la e a família estava a caminho do Aeroporto Internacional Tom Jobim. Ana foi enterrada neste domingo, no Cemitério Municipal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

 

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