Integrante de torcida organizada é espancado no Arruda e foge de policlínica
Confusão ocorreu nas imediações do estádio, durante Santa e Figueirense. Envolvidos na briga eram de facções de Sport e Náutico e estavam na torcida do Figueira
Um homem ficou ferido após ser espancado por seis outros na saída do estádio do Arruda, palco da vitória do Santa Cruz sobre o Figueirense por 1×0, na noite desta quarta (15), pela oitava rodada do Brasileirão. Ele pertence a uma organizada do Náutico e estava tirando fotos no setor destinado aos torcedores da Gaviões Alvinegros, facção do time catarinense, que é coligada à uniformizada Gang da Ilha, do Sport, à qual pertencem os agressores. Nenhum deles teve a identidade revelada pela polícia.
“Esse torcedor agredido foi reconhecido pelos rivais rubro-negros nas arquibancadas e espancado na saída do estádio. Ele foi socorrido por policiais para a Policlínica (na Campina do Barreto, Zona Norte do Recife), mas ficou com medo de ser reconhecido e fugiu do local”, afirmou o delegado Paulo Moraes, da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva. “Só que nós sabemos a identidade desse torcedor que fugiu e amanhã (nesta quinta-feira) vamos em busca dele. Assim como sabemos quem são os seis do Sport que o agrediram”, completou.
Assim que a partida terminou no Arruda, a notícia nas redes sociais era de que o torcedor agredido havia ido a óbito. De acordo com os socorristas da Policlínica, a vítima chegou ao local acompanhada de soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar às 21h55, com ferimentos leves na cabeça e na boca.
Minutos depois, o torcedor alvirrubro conseguiu “driblar” os policiais e fugir do local.
HISTÓRICO – O Arruda foi o palco do caso mais emblemático da violência entre organizadas dos últimos anos em Pernambuco.
No primeiro semestre de 2014, um torcedor da Jovem do Sport foi morto ao ser atingido por um vaso sanitário arremessado por integrantes da Inferno Coral.
Na ocasião, três pessoas foram presas pela polícia. Todos foram condenados pela Justiça.
DESCRENTE – Na última sexta-feira (10), o delegado Paulo Moraes, que vem acompanhando os casos há algum tempo, disse que já não via solução para curar esse “câncer”.
Segundo o delegado, ele diz que as condições de trabalho são precárias, tudo está sucateado e que o trabalho da polícia é o mesmo que enxugar gelo. (JC)