PCdoB-MA tem funcionários fantasma na Assembléia Legislativa
Pelo menos cinco integrantes da direção do PCdoB no Maranhão, partido do governador Flávio Dino, estão entre os funcionários fantasma que ganham até R$ 7 mil por mês desde fevereiro de 2015 na Assembleia Legislativa do Estado. De acordo com reportagem do portal Atual7, as nomeações foram feitas nos primeiros dias de mandato do presidente da AL-MA, Humberto Coutinho (PDT), que só chegou ao cargo após forte atuação de Dino na eleição. Confira a íntegra da reportagem.
A farra de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do Estado Maranhão, que vai de filhos e sobrinho de desembargadores do Poder Judiciário do Maranhão, nora de presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), a até mesmo ex-deputadas estaduais, sustenta ainda membros do alto escalão do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, partido do governador Flávio Dino, que tanto prega a moralidade e a ética em seus discursos.
Levantamento do Atual7 em documentos abertos da AL-MA encontrou os nomes de pelo menos cinco deles, todos com altos cargos na direção do PCdoB-MA. Embora lotados na Presidência, o que os obrigaria, por lei, a prestar 8 horas de serviço diário no prédio do Poder Legislativo estadual, o quinteto comunista vem recebendo silenciosamente salários sem precisar pisar no local de trabalho.
Os fantasmas comunistas são José Haroldo Silva de Oliveira; Egberto Magno dos Santos de Jesus; Etelvino de Oliveira Nunes; Edson Serra Costa e Josenilton dos Santos Cruz. Com exceção de Edson e Josenilton, lotados no cargo em Comissão Símbolo DAS-1 de Assistente Técnico Legislativo do Quadro de Pessoal da AL-MA, todos os outros foram nomeados para cargo em Comissão Símbolo DANS-1 de Assessor Parlamentar do Quadro de Pessoal da Assembleia Legislativa do Maranhão.
As nomeações foram feitas todas em fevereiro do ano passado, logo nos primeiros dias em que o presidente da Casa, deputado Humberto Coutinho (PDT), assumiu a Presidência sob articulação do próprio governador Flávio Dino.
De fevereiro de 2015 pra cá, Haroldo Oliveira, Egberto Magno de Jesus e Etelvino Nunes embolsam ilicitamente o total de R$ 6.664,54 (seis mil, seiscentos e sessenta e quatro reais e cinquenta e quatro centavos) por mês, cada. Já Josenilton e Edson Costa, apesar de lotados no mesmo tipo de cargo, embolsaram valores diferentes: o primeiro embolsa R$ 3.190,56 (três mil, cento e noventa reais e cinquenta e seis centavos) por mês, o segundo R$ 5.319,75 (cinco mil, trezentos e dezenove reais e setenta e cinco centavos) por mês.
O Atual7 tentou contato com todos eles, mas somente com Haroldo Oliveira, mais conhecido com Haroldão, obteve êxito. Contudo, após três dias de insistência por parte da reportagem, Haroldão não respondeu aos questionamentos feitos sobre o emprego fantasma. Ele apenas alegou, em um dos contatos, que estaria de viagem, e que quando retornasse à capital, que seria na última terça-feira 5, entraria em contato, o que não ocorreu.
Anti-blogueiro caça fantasmas
Desde a expulsão do editor do Atual7, Yuri Almeida, do setor de Recursos Humanos da Casa durante investigação sobre a existência de funcionários fantasmas no Palácio Manuel Beckman, o diretor de Comunicação Social da Assembleia, Carlos Alberto Ferreira, vem se desdobrando para barrar a entrada do blogueiro no prédio da AL-MA em busca de novas informações sobre os fantasmas.
Para isso, o chefe da Comunicação chegou a emitir um Comunicado em que afirma que deixará de cumprir a Lei de Acesso à Informação, ao declarar que somente profissionais da imprensa regulamentados junto à Delegacia Regional do Trabalho-DRT ou perante o Sindicato dos Jornalistas do Estado do Maranhão e/ou FENAJ poderão ter acesso à documentos e informações públicas. O caso será denunciado pelo próprio Almeida ao Ministério Público, por meio de Representação contra Carlos Alberto.
Além de afirmar que não cumprirá a LAI, o diretor de Comunicação da AL-MA baixou ainda novo Comunicado, na terça-feira 5, em que alerta para a proibição de acesso ao espaço de imprensa, contíguo ao Plenário da Casa, aos profissionais não registrados ou representantes de veículos devidamente credenciados pelo Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa, Jorge Vieira. O controle desse acesso será exercido pelo Gabinete Militar, isto é, por seguranças como os que expulsaram Yuri Almeida do RH da Casa. (Fonte: Atual7)