Qualquer coincidência é mera semelhança
Por Renato Sant’Ana
Quando o visitei por primeira vez, o Paraguai ainda era governado pela mão-de-ferro do general Alfredo Stroessner Matiauda. De cara, notei o culto à personalidade do ditador: tinha até uma cidade com o nome dele. Em Assunção (capital) havia bairro, avenida, praça e sei lá mais o que com o seu nome. E por todo o país era assim.
Fazia tempos que não pensava em Stroessner. Mas o PT não deixa esquecer. Eis o que li em O Antagonista: “Lula está sendo processado por rebatizar campo do pré-sal”. Sim, Lula é alvo de uma ação popular na 5ª Vara Federal de Porto Alegre, acusado de alterar o nome do campo petrolífero de Tupi para Campo Lula, com o objetivo de promoção pessoal. O “rebatismo” deu-se em 29 de dezembro de 2010, ou seja, dois dias antes de terminar o governo do Macunaíma.
O lulo-petismo tomou a Petrobras como se fosse propriedade privada do PT. Em informe ao mercado, usando todo o seu aparato de marketing (gastando dinheiro que não é dos “companheiros”), a Petrobras tratou de colar na imagem do chefão a descoberta da maior reserva do pré-sal: “O Campo de Lula será o primeiro campo supergigante de petróleo do país”, dizia o informe.
Lula agradeceu: “Sinceramente, fiquei feliz. Obrigado, companheiro Gabrielli [Sérgio], por colocar meu nome.”
A ação, ajuizada pelo advogado Rafael Severino Gama, pede que seja anulada a troca do nome e restituído aos cofres públicos o que foi gasto com publicidade.
Falta de transparência, culto à personalidade do chefão, favores a militantes, empenho em destruir adversários políticos, eis apenas algumas coincidências entre o lulo-petismo e a ditadura de Alfredo Stroessner.
Ora, para se ter um vislumbre de aonde o PT pretendia levar o Brasil, basta olhar para a Venezuela, a obra mais acabada do bolivarianismo: carestia de alimentos, remédios e demais itens de subsistência; perseguição política; amordaçamento da imprensa; privilégios para os “companheiros” chavistas; inflação em torno de 700% (setecentos) ao ano; o menor crescimento econômico das Américas. Ah, e uma explicação pré-fabricada: “É tudo culpa dos Estados Unidos!”
Minha esperança é que o brasileiro rejeite toda forma de autoritarismo, de direita ou de esquerda. (Vem aí o 31 de julho!) Haveremos de arredar do caminho toda forma de populismo, de personalismo, de usurpação da “coisa pública”, toda demagogia barata.
Renato Sant’Ana é Psicólogo e Bacharel em Direito.