Estadão Conteúdo – O Palácio do Planalto vai cortar, no mínimo, 25% dos gastos com publicidade no ano que vem. O governo quer focar suas propagandas mais em questões de utilidade pública e menos no institucional. Segundo o site Contas Abertas, nos seis primeiros meses de 2016, o governo federal “bateu picos de gastos com publicidade” e estas despesas aumentaram 65% de um ano para o outro, passando de R$ 234,1 milhões no primeiro semestre de 2015 para R$ 386,5 milhões no mesmo período deste ano.
Ainda de acordo com o site, a maior parte do desembolso foi exatamente um mês antes da presidente Dilma Rousseff (PT) ser afastada pelo Senado do Planalto e no mês posterior à posse do presidente em exercício, Michel Temer. Dados levantados pelo Contas Abertas, apontam que, em abril, foram destinados R$ 79,9 milhões para a publicidade, quase o dobro (98% a mais) do mesmo mês do ano passado. Em junho, os gastos com publicidade foram de R$ 82,1 milhões, valor cerca de 50% superior ao de 2015.
O governo também vai revisar para o ano que vem os gastos das estatais. Eletrobrás e Correios vão diminuir os seus patrocínios principalmente porque as empresas estão também enfrentando problemas de caixa e terão de priorizar seus gastos.
Pouco depois de assumir o Planalto, Temer decidiu acabar com a principal fonte de recursos que alimentava os blogs e sites considerados aliados da presidente afastada Dilma Rousseff e que estavam sendo usados para atacar seu governo. A determinação atingiu não só os ministérios, mas todas as estatais, incluindo Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal que, durante os 13 anos do governo petista, foram usadas para abastecer estas publicações.
Dos R$ 11 milhões previstos para serem liberados até o final do ano para este segmento da mídia, pelo menos R$ 8 milhões foram bloqueados para as publicações que eram usadas, segundo o Planalto, como “instrumento de opinião partidária”. O Planalto explicou que o objetivo do governo, agora, é privilegiar a informação e a divulgação de múltiplas opiniões, evitando qualquer tipo de associação do patrocínio do governo a partidos ou projetos políticos.