Doar é preciso

Por: * Janguiê Diniz

Milhares de pessoas no Brasil e no mundo estão na fila de espera para transplantes de órgãos e tecidos. Esse não é um tema novo, mas é sempre preciso retomá-lo, na esperança que através da conscientização da população, o número de doações aumente.

transplante orgao

Até o fim de 2015, o Brasil permanecia como o segundo país do mundo em número anual de transplantes realizados, sendo cerca de 87% pelo sistema público de saúde – os hospitais particulares geralmente não realizam o procedimento devido aos custos.

Infelizmente, a falta de informação e o preconceito também acabam interferindo no número de doações. No Brasil, 31.915 pessoas aguardam por um órgão na fila de transplantes e destes, 19.440 aguardam por um rim.

O grande problema é que o número de doadores ainda é muito pequeno em relação ao número de pacientes e a maioria das pessoas tem medo de doar seus órgãos, às vezes por mero desconhecimento do que esse ato pode representar na vida de milhares de pessoas.

Além disso, ao contrário do que muitos alegam, a fila de transplantes nacional é regrada, sem influências políticas ou econômicas, dependendo apenas da compatibilidade.

Para entender a importância da doação, basta se colocar no lugar dos que precisam. Como nos sentiríamos se fossemos nós na fila de transplantes? A ansiedade e angústia na espera do telefone tocar com a possibilidade da doação.

Um único doador pode beneficiar 25 pessoas e, mais importante ainda, é pensar que entre as 25 vidas salvas podem estar crianças. Além disso, a doação de órgãos não precisa ser feita somente após a morte cerebral, é possível doar rins, parte do fígado, pâncreas, pulmão ou tecidos como a medula óssea durante a vida.

No Brasil, por já possuirmos um processo regulamentado, a doação de órgãos e tecidos é um processo simples, que precisa apenas da autorização da família para acontecer. E quanto mais a população tiver a consciência da importância de se tornar um doador, menor será a fila de espera.

Doar é muito mais que um ato de coragem. É um ato de bondade. É permitir que outras pessoas possam continuar a viver. O que levaremos depois de nossa morte? E o que podemos deixar? Podemos deixar como lembrança o que fizemos pelos nossos semelhantes. E com toda a certeza, a família e o receptor dos órgãos serão gratos.

*Janguiê Diniz é presidente do conselho administrativo do grupo Ser Educacional

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