A Agência Nacional de Águas informou em Brasília nesta terça-feira (30) que vazão do rio São Francisco não será reduzida do atual patamar, de 800 metros cúbicos por segundo, até o dia 1º de outubro, a menos que o Ibama se manifeste em sentido contrário antes desse prazo.
O anúncio foi feito após a realização de mais uma reunião para avaliar os efeitos dessa redução, que está sendo reivindicada pelo setor elétrico. Esse setor que reduzir a vazão para 700 m³/s. E o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, estaria de acordo com essa medida.
Para subsidiar seu pedido de redução, o Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentou estudos sobre a previsão hidrológica para a bacia até o final deste ano.
Segundo o ONS, os cenários apresentados apontam para um quadro mais dramático do que em anos anteriores. Diante disso, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) confirmou a formalização do pedido ao Ibama, até mesmo para garantir o uso múltiplo da água do “Velho Chico”
O superintendente da ANA, Joaquim Gondim, apresentou uma nota, contendo 17 itens, reportando à reunião realizada na semana passada, na própria agência federal, com representantes dos governos inseridos na bacia do São Francisco.
Na relação de itens, Gondim deixa claro que qualquer alteração na defluência dos reservatórios de Sobradinho, na Bahia; e Xingó, entre Alagoas e Sergipe, não será aplicada antes de outubro.
O diretor-presidente da Chesf, João Henrique Franklin, argumentou que a redução do nível do São Francisco também significa uma geração menor de energia, provocando risco de sobrecarga.
Segundo ele, alguns segmentos já estão preparados para uma redução do nível do rio, estimado entre 15 e 20 centímetros, em virtude da menor defluência.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, participou da reunião por videoconferência, no escritório do colegiado, em Maceió.
Ele avaliou como “um avanço” as decisões anunciadas por Gondim. “Considero uma posição equilibrada por parte da ANA. É importante que, a partir desta nota, os governos estaduais passem a acompanhar a defluência do rio, integrando-se também às nossas preocupações”, disse ele.