Mulheres buscam defesa pessoal para vencer o medo da violência
Treinamento surgido em Israel é oferecido em academias do Recife
Daniel Medeiros
No mesmo dia, três vítimas raptadas e estupradas no Recife por um homem desconhecido. Os casos, que ocorreram na última quinta-feira (7), fazem acender o alerta para o crescimento no número de ataques a mulheres em vias públicas da capital pernambucana. Diante de tantas histórias de agressão, abuso e assédio sexual, a saída para algumas mulheres tem sido buscar proteção por contra própria. Essa é uma possibilidade oferecida pelo Krav Maga, arte de defesa pessoal israelense.
Neste domingo (11), a Federação Sul Americana de Krav Maga promoveu o seminário “Exercícios táticos e uso de objetos comuns no Krav Maga”. O treinamento, que foi realizado na quadra da escola Ginásio Pernambucano, em Santo Amaro, teve como objetivo mostrar como o cidadão comum pode se defender sem estar armado. “Com o treinamento adequado, qualquer pessoa pode sair de uma situação de violência de maneira simples, usando o que tiver em mãos, como uma caneta, chaves ou uma cadeira”, afirma o mestre carioca Claudio Oliveira, que comandou a demonstração.
Segundo o instrutor, é possível se proteger independentemente da força física, com golpes em pontos sensíveis do corpo humano. “A primeira coisa que se aprende com o Krav Maga é observar e analisar possíveis ameaças. Não ensinamos ninguém a reagir. Preparamos pessoas para se defenderem quando não há alternativa”, alerta o instrutor Daniel Luz, representante da federação em Pernambuco. De acordo com o professor, a procura pela modalidade no Estado tem crescido nos últimos meses, graças ao aumento da violência urbana. “Nós recebemos os mais diversos perfis nas academias, pois não há restrições de idade, gênero ou porte físico para quem quer praticar começar a praticar”, diz.