Miss Uzbequistão sob suspeita de ter sido ‘inventada’
Pela primeira vez em décadas de disputa, a organização do Miss Universo anunciou que o Uzbequistão teria uma representante no concurso deste ano, que será disputado em setembro em Bali (Indonésia).
Trata-se de Rakhima Ganieva, de 18 anos, representante da ex-república soviética que tem 77% da população professando o islamismo – que não é amigável a concursos de beleza.
Representante!? Será mesmo!? Os ministérios uzbeques da Cultura e do Esporte emitiram nota oficial informando que não reconhecem Rakhima como representante do país e que não realizou um concurso de Miss Uzbequistão. Em entrevista a uma rádio local, uma autoridade do governo disse que a candidata é uma “impostora”. O governo acrescentou que sequer o concurso Miss Uzbequistão existe.
A suspeita de farsa não para por aí. No vídeo que Rakhima fez para o site do concurso de Miss Universo, a uzbeque disse ter ingressado este ano na Universidade Internacional de Diplomacia e Economia. Só que não há qualquer registro que associe a jovem à universidade.
Mais: agências de modelos locais afirmam que jamais ouviram falar em Rakhima. Gulnara Karimova, filha do presidente uzbeque, Islom Karimov, escreveu em sua conta no Twitter ter ficado completamente surpresa com a presença de uma Miss Uzbequistão no concurso mundial na Indonésia, de acordo com reportagem do “Daily Mail”.
“Se tivesse havido um processo seletivo, alguém muito mais bonita teria sido escolhida. Lamentamos o fato de ela (Rakhima) tentar construir uma carreira com mentiras”, atacou, em entrevista à rádio RFE/RL, Zhavlon Komolov, que forma modelos no país.
Apesar da desconfiança, Rakhima Ganieva mantém uma conta no Facebook na qual se autoproclama Miss Uzbequistão. Ela até exibiu a logomarca do concurso nacional uzbeque.
A organização do Miss Universo não se pronunciou.