A Proclamação da República do Brasil, que ocorreu no dia 15 de Novembro de 1889, foi um processo que contou com a força da classe média, dos cafeicultores, dos abolicionistas e, principalmente dos militares. Porém não ocorreu com a participação do povo – já que este acabou por apenas assistir a mudança no cenário político nacional.
O processo de Proclamação da República pode ter começado na Guerra do Paraguai (1864-1970), quando os militares brasileiros tiveram contato com o positivismo e com a ideia de que um Estado é forte através de uma república. Além disso, a força militar nacional pôde contar com o processo de industrialização, do crescimento dos cafeicultores do Oeste de São Paulo que queriam maior participação política, da ascensão das classes urbanas, além do aumento de pessoas aderindo ao abolicionismo da escravatura.
O imperador D.Pedro II começou a perder aliados, depois dos militares e dos cafeicultores em ascensão. A Igreja se voltou contra ele por causa do problema dos maçons. Todos eles, junto com os intelectuais abolicionistas, começaram a se voltar contra rei e os latifundiários donos de escravos. Outro fator que culminaria na queda da monarquia foi a criação do Manifesto Republicano em 1870, que teve a união de todas essas classes que eram contra os poderes do imperador. A queda do Império também foi iniciada com as leis abolicionistas que foram tirando o poder da elite brasileira na época e culminou com a Lei Áurea, no dia 13 de Maio de 1888, que libertou os escravos.
A abolição da escravatura foi o suspiro final do regime monárquico. Tanto que, no ano seguinte, no dia 15 de Novembro 1889, os militares deram um golpe (Diferente do de 1964) e tomaram o poder do Imperador e o militar, Marechal Deodoro da Fonseca, se tornou o primeiro presidente do Brasil.
Apesar de ter sido um momento histórico para o Brasil, historiadores relatam que a Proclamação da República não constou com participação popular. O primeiro ministro do Interior no período republicano, Aristides Lobo chegou a dizer que a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada. Ou seja, todo o processo ocorreu por causa da perda de força política do Imperador e da ascensão de classes que não precisavam de um apoio de um Imperador para a sua consolidação no poder.
Na Bahia, a Praça Thomé de Souza foi tomada dois dias depois por soldados que apoiaram o golpe militar, culminando com a posse do primeiro governador da Bahia, Manuel Vitorino Pereira. Apesar de ser uma república, o primeiro governador eleito com voto popular foi Rodrigues Lima, 3 anos depois, no ano de 1892.