‘Tiraram a mulher honesta, deu nisso…’
Quando o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff ganhou impulso na Câmara dos Deputados, o escritor português Miguel Sousa Tavares cravou uma definição lapidar do que estava a acontecer no Brasil: uma assembleia de bandidos, presidida por um bandido.
Tavares se referia a Eduardo Cunha, que, como se sabe, foi preso na Lava Jato acusado de movimentar diversas contas secretas em paraísos fiscais.
Outro apoiador do impeachment foi Sergio Cabral, que mandou seu próprio filho a Brasília, como deputado por um dia, para votar a favor do golpe parlamentar de 2016.
Cabral, todos sabem, foi o personagem da semana.
Agora, chega a vez de Geddel Viera Lima, braço direito de Michel Temer, e um dos principais articuladores da trama golpista.
No dia 13 de maio deste ano, quando ele e Temer se apossaram do Palácio do Planalto, Geddel concedeu uma entrevista, em que dizia que os novos donos do poder não eram bichos-papões (leia aqui).
Geddel também fez um comentário sobre a honestidade da presidente derrubada Dilma Rousseff. “Eu não sou juiz de honestidade, seriedade de ninguém. Julgo a gestora, isso que me cabe como eleitor. A Dilma se mostrou inepta e incapaz como gestora e absolutamente inapetente como política para ser presidente de um país com as complexidades de um país como o Brasil. A honestidade ou desonestidade dela não me cabe avaliar. Estou convencido de que ela burlou a Constituição e cometeu crime de responsabilidade fiscal e por isso está afastada pelo Senado”, afirmou.
Bom, sabe-se agora, por Marcelo Calero, que Geddel não tem a honestidade necessária para o cargo que ocupa e, como gestor, é absolutamente incapaz. Contra ele, pesa a acusação de usar seu cargo para pressionar Calero a liberar a licença de um empreendimento onde tem um imóvel de R$ 2,4 milhões – advocacia administrativa na veia.
Desfecho merecido para um País se deixou levar por um golpe parlamentar conduzido por políticos corruptos contra uma mulher honesta.
Deu no que deu.