Caso de Garotinho pode reforçar lei contra abuso de autoridade

Depois de ver prisão reformada, juiz acusa Garotinho de tentar suborno um mês atrás

É bom que o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100ª Zona Eleitoral de Campos, tenha alguma evidência sólida sobre a acusação que fez, hoje, de que Anthony Garotinho e o o filho Wladimir, teriam , por duas vezes, tentado suborná-lo com ofertas de R$ 1,5 milhão e R$ 5 milhões para que pusesse fim a investigação de crimes eleitorais cometidos por ambos.

É bom, porque estranhíssimo que tais ofertas, feitas por intermediários, só tenham sido denunciadas  pelo juiz depois que sua ordem de prisão preventiva foi reformada – com uma devida “bronca” por ele assumir o papel de “médico” e mandar retirar Garotinho do hospital em que se encontrava.  Por que, de outra forma, alguém pode achar que é uma “vingança” e estamos um pouco fartos de juízes “vingadores”, não é?

A primeira pergunta, óbvia, é que – tendo à sua disposição a Polícia Federal – Sua Excelência não avisou para que os “subornantes” fossem presos em flagrante, até mesmo no momento em que fossem pagar ou solicitassem conta para depositar o dinheiro escuso. Ou para, ao menos, colocar escutas no gabinete do juiz e leva-los a deixarem registradas as ofertas de propina.

Diz O Globo que “as propostas de propina foram feitas há cerca de um mês, e o juiz resolveu fazer a denúncia agora para preservar as investigações e a operação”. Um mês! Tempo de sobra para armar uma arapuca, não é?

O Dr. Glaucemir tem um histórico de confusões. Em dezembro de 2009, por exemplo, O Globo publicou:

Um empresário de Vila Velha acusa um juiz criminal do Rio de Janeiro de ter sacado e apontado um pistola para sua cabeça no meio de uma das pistas de dança do Multiplace Mais, em Meaípe, Guarapari. A confusão ocorreu por volta das 5 horas, após um show da banda Skank. Alex Pimentel estava com uma namorada que teria sido importunada pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira. O empresário afirma que o juiz assumiu uma atitude agressiva diante de sua aproximação, sacando da cintura uma pistola. Na confusão, o empresário foi imobilizado pela segurança e seria levado para fora, caso não fosse reconhecido. Ele é dono de um estacionamento e de uma sorveteria próximos da casa de shows.

Já em 2011, o R7 registra que Glaucemir:

“foi parado na blitz porque ela o viu sem o cinto de segurança. Ela disse que pediu para que ele colocasse o acessório. De acordo com a guarda, ele se negou a colocar o cinto e passou a agredi-la verbal e fisicamente. O juiz registrou queixa contra a guarda por agressão, desacato e abuso de autoridade e explicou que anda sem cinto porque atua na área criminal.

Uma testemunha da cena desmentiu a versão do juiz e confirmou a da guarda municipal, como você pode ver aqui em vídeo.

O “problema” é que se a acusação for improcedente, não há como punir o juiz por abuso de autoridade, a menos que seus pares queiram fazê-lo.

Quem quiser esperar por isso, sente. E ponha o cinto de segurança.

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